10/08/2007
Fórum discute ensino na área da saúde
Representantes de 40 escolas de medicina e demais cursos da área de saúde do País estão reunidos em Londrina para discutir,
até amanhã (11 de agosto), estratégias para uma formação profissional diferente da que predomina na maioria das universidades.
O IV Fórum Nacional Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem, que está acontecendo no Crystal Palace Hotel, integra a programação
de aniversário dos 40 anos do curso de medicina da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e dos 10 anos de currículo integrado,
baseado nas chamadas metodologias ativas. O pediatra Edgard Luiz Westphalen, conselheiro deste CRM-PR, está presente representando
a instituição.
''Os cursos de medicina brasileiros, de maneira geral, utilizam metodologias passivas, centradas na transmissão do conhecimento.
Nas escolas que adotam o currículo integrado, as aulas teóricas dividem espaço com as práticas, como sessões tutoriais e laboratórios
de habilidades'', explica o coordenador do Colegiado do Curso de Medicina da UEL, Márcio Almeida. Segundo ele, o braço acadêmico
do Movimento de Reforma Sanitária em curso no País é o movimento que busca mudanças na formação universitária.
''Muito se fala do afastamento na relação médico-paciente, dos problemas éticos da profissão, do excessivo uso de tecnologia
e do enfoque só na doença e não no doente. O modelo de ensino que adotamos está focado em um profissional que se preocupa
com a promoção da saúde, com a prevenção das doenças, com a cura e com a reabilitação'', observa o médico.
O curso de medicina da UEL é pioneiro na implantação do currículo integrado e foi seguido pelo curso da Pontifícia Universidade
Católica - PUC/PR, que também participa do Fórum. A mudança na metodologia de ensino, de acordo com o coordenador do curso
da PUC, Emilton Lima Junior, vem sendo incentivada pelo Ministério da Educação como forma de incentivar o aluno a não abandonar
jamais o aprendizado. ''A grande vantagem do modelo é fazer com que o aluno aprenda a aprender, saiba buscar o conhecimento
e se mantenha constantemente atualizado'', define Lima Junior.
Segundo o professor, dos 162 cursos de medicina brasileiros, apenas de 35 a 40 adotam o currículo integrado. Uma limitação
para a adoção do modelo de ensino, diz ele, é o maior custo, por trabalhar com grupos menores de alunos. ''Em vez de 40, 50
alunos, cada professor trabalha com grupos de no máximo 15 acadêmicos'', esclarece.