12/12/2010
Fórum de Aracaju termina com debate sobre a avaliação dos egressos em Medicina
O Fórum Nacional das Entidades Médicas terminou na sexta-feira (10), em Aracaju (SE), com um debate sobre a necessidade de
avaliação dos cursos de medicina. Há uma percepção de unanimidade no que refere à importância de implementação desse processo.
No entanto, ainda há divergências com relação ao formato dessa avaliação: se ao longo do processo de formação ou se apenas
após a saída da universidade, por meio de um exame semelhante ao aplicado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Alguns setores do movimento médico nacional defendem que a avaliação seja contínua, incluindo a análise das condições
de ensino oferecidas, com um olhar atento sobre a qualidade da infraestrutura das escolas e de seu corpo docente. Por outro
lado, há os que acreditam ser mais efetivo um exame único, aplicado após a graduação. O tema tem sido analisado em diferentes
fóruns de debate.
Progressão - O vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital, afirmou em sua exposição sobre
o tema que antes de avançar no debate é preciso avaliar e definir os atributos esperados, as diretrizes e os critérios para
avaliação dos atributos, os instrumentos adequados, a forma de análise e suas consequências, além dos modelos de recuperação.
Vital defende um exame anual aplicado aos estudantes no final do 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º anos, sendo que o conteúdo das
provas incluiria a definição dos atributos do graduando em medicina (Associação Brasileira de Educação Médica - ABEM). Simultaneamente,
as escolas médicas também seriam avaliadas. Os escores obtidos seriam combinados e serviriam para a entrada na residência
médica.
Já Reinaldo Ayer, outro expositor convidado, defende a fórmula adotada pelo Conselho Regional de Medicina
de São Paulo (Cremesp), onde atua como conselheiro. Ele, que é professor da Faculdade de Medicina da USP resgatou o Projeto
Cinaem (Comissão Interinstitucional Nacional de Avaliação do Ensino Médico), da década de 1990.
Na época, as entidades medicas já defendiam a necessidade de uma avaliação externa por instituição independente das escolas.
O exame do Cremesp, realizado anualmente desde 2005, avalia os estudantes de sexto ano de medicina das escolas paulistas,
sendo voluntária a participação dos egressos.
Fonte: CFM