11/11/2007
Fórum comemora sete anos da Comissão Mista de Especialidades
Durante toda esta quinta-feira (8), é realizado no CFM o Fórum de Especialidades Médicas. O objetivo do Fórum é discutir os
desafios da especialização médica e avaliar os 7 anos de história da Comissão Mista de Especialidades Médicas.
O evento foi aberto pelo 1º Vice-Presidente do CFM, Roberto D´Avila, pelos presidentes da Associação Médica Brasileira,
José Luiz Gomes do Amaral, da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Eduardo Santana, e pelo secretário-executivo da Comissão
Nacional de Residência Médica (CNRM), Antônio Carlos Lopes.
Segundo o 1º Vice-Presidente do CFM, o Fórum vai discutir questões que tornam a especialização uma formação pouco atrativa
para os médicos. "Esse Fórum é importante para que nós possamos discutir as ameaças que as especialidades sofrem e que a residência
médica sofre com uma valorização excessiva por parte do Ministério da Saúde do Programa Saúde da Família, em detrimento das
residências em especialidades", avalia D´Avila.
Na segunda mesa, o coordenador da Comissão, Antônio Pinheiro, apresentou o relatório comparativo da CME.
A comissão, composta pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Comissão Nacional de
Residência Médica (CNRM), foi criada pela Resolução nº 1.634/02 para definir os critérios necessários à criação e reconhecimento
de especialidades e áreas de atuação médicas.
De acordo com a Resolução, a CNRM tem o papel de credenciar e autorizar o funcionamento dos programas de residência médica;
A AMB de orientar e fiscalizar a forma de concessão de títulos e certificados; e o CFM de registrar os títulos e certificados.
Médico deve ter formação humanista e tecnicista, defende CNRM
A formação do especialista no Brasil foi o tema da palestra proferida pelo secretário-executivo da CNRM, Antônio Carlos
Lopes. Ele falou sobre o currículo necessário à formação profissional na Medicina, que, segundo ele, deve incluir uma formação
humanista e também tecnicista.
Para Lopes, é importante que os formadores transmitam esses conhecimentos ao estudante. "A Medicina se aprende do lado
de quem sabe. O saber acumulado pelos profissionais ao longo dos anos é muito importante para quem quer aprender, porque poderá
transmitir o ensinamento não apenas técnico, mas também humanístico. Não estamos mais preocupados apenas na transmissão do
conhecimento. Estamos preocupados com a educação e a formação médica, centrada no paciente, para que a tecnologia seja usada
com critério, e que ela não substitua o médico, afirma Lopes.
Avaliações e considerações do Fórum irão nortear trabalhos da Comissão Mista de Especialidades
Os debates da tarde desta quinta-feira (8) do Fórum de Especialidades Médicas abordaram diversos temas relativos à medicina
e especialidades médicas, como abertura de escolas de medicina desqualificadas, mercado e situação da saúde no Brasil, critérios
para especialização, ameaça da propagação de cursos (de especialização) de qualidade duvidosa, e questões de ordem jurídica.
O fórum celebrou ainda os sete anos de atividades da Comissão Mista de Especialidades. De acordo com o conselheiro do
CFM e membro da Comissão, Antônio Gonçalves Pinheiro, todos os temas tratados irão compor um documento com diretrizes de trabalhos.
Ele sugeriu outros fóruns semelhantes para aprofundamento dos temas e defendeu parceria entre as três entidades nacionais
(Conselho Federal de Medicina, Federação Nacional dos Médicos e Associação Médica Brasileira) no sentido de encontrar condutas
e caminhos para tais questões de ordem complexa, e que devem, segundo ele, ser sempre focadas no melhor para a população.
Pinheiro ressaltou que a Comissão já levava seus relatórios à plenária do CFM, e que esse fórum foi um passo além. Ele
sugeriu levar discussões aos estados e abordar as particularidades de cada um. "Saio daqui com dúvidas, críticas, avaliações
e sugestões, e será tudo considerado. Hoje tivemos um momento de reflexão, prestação de contas e aprendizado. Queremos apresentar
respostas definidas às perguntas que ficam", disse, ressaltando que a Comissão já tem o respeito da sociedade e o respeito
internacional.
O conselheiro Clóvis Constantino chamou a atenção para a situação do atendimento de urgência e emergência no país. Segundo
ele, emergência é área de grande risco e contraditoriamente lá não estão os profissionais melhor preparados, prevalecendo
profissionais sem treinamento técnico específico para a atividade que exercem (atendimento de emergência). "Sabemos que as
condições de trabalho são precárias, mas os médicos que atuam no atendimento de urgência e emergência muitas vezes não são
bem qualificados", coloca.
Compuseram ainda a mesa de debates o presidente do Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo), Cid Carvalhaes; os representantes
da AMB, José Luiz Bonamigo Filho e Aldemir Humberto Soares; o conselheiro do CFM, Clóvis Constantino; e os representantes
da Comissão Nacional de Residência Médica, Antônio Carlos Lopes e Vera Lúcia Bezerra.
Fonte: CFM