20/06/2011

Ficar longe das drogas e ter uma alimentação saudável: receita de qualidade de vida

Dependente químico é um doente que precisa de ajuda, alerta o psiquiatra Marco Antonio Bessa. Para a endocrinologista Monica de Biase Wright Kastrup, devemos comer para viver e não viver para comer


Os prejuízos causados ao indivíduo e à sociedade pela dependência química e a importância da alimentação para uma vida saudável foram os temas abordados nas palestras dirigidas aos colaboradores do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) na sexta-feira, dia 17 de junho, dentro da programação do Mês de Conscientização sobre Meio Ambiente e Bem-Estar do Trabalho. São dois assuntos que exercem influência fundamental sobre a qualidade de vida. Drogas, principalmente as lícitas, são responsáveis por grande parte dos acidentes de trânsito e da criminalidade, deixando um triste saldo de mortes, mutilações, incapacitação para o trabalho e internações hospitalares, um custo que poderia ser evitado - sem falar nas lesões no organismo provocadas diretamente pelo uso da droga. Também a má alimentação pode deteriorar a saúde das pessoas, comprometendo o funcionamento de órgãos como o coração e os rins, por exemplo.

O dependente químico não deve ser visto como um vagabundo, mas como um doente que precisa de ajuda. O alerta é do 2.º secretário do CRM-PR e presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatria, Marco Antonio do Socorro Marques Ribeiro Bessa, que proferiu palestra sobre o tema. O médico afirmou que 10% das pessoas que experimentam drogas ficam dependentes.

Marco Antonio Bessa ressaltou que as drogas lícitas, como o álcool e o tabaco, são as que mais causam prejuízos à sociedade. Para ele, é sintomático que a campanha pela legalização da maconha seja deflagrada no momento em que se aperta o cerco contra a indústria do tabaco. "Se a maconha for legalizada, quem vai produzir os cigarros? A indústria do tabaco, que já possui maquinário e conhecimento para isso", argumenta. Caso a maconha seja mesmo legalizada, Marco Antonio Bessa prevê que, da mesma forma que hoje conhecemos os malefícios do tabaco e consideramos absurdas as peças publicitárias da primeira metade do século passado, em que médicos recomendavam determinada marca de cigarro, no futuro vamos achar absurdo que haja médicos defendendo a maconha.

O 2.º secretário do CRM-PR defendeu a necessidade de controle sobre a publicidade de cerveja. "No Brasil há até mesmo comerciais de cerveja dirigidos ao público infantil, o que não ocorre em outros países", denuncia. Segundo ele, o custo social do alcoolismo é muito alto: a doença é responsável por 50% dos acidentes de trânsito, 20% das internações em clínica geral (e 50% das internações psiquiátricas masculinas), 60% dos casos de violência doméstica e 50% das faltas no trabalho.


Alimentação

A endocrinologista Monica de Biase Wright Kastrup, conselheira que integra a Câmara Técnica de Controle de Medicamentos do CRM-PR, proferiu a palestra Você é o que você come. "Devemos comer para viver e não viver para comer", ensina.

Uma dica básica é a variedade: o prato deve ser o mais colorido possível. A preferência é por alimentos naturais, pois os produtos industrializados contêm sódio em excesso, causando pressão alta e riscos para o coração. Recomenda-se ainda que as refeições sejam menores e distribuídas a cada três, quatro horas. "Se a pessoa acumular muita fome vai acabar comendo em excesso", alerta a endocrinologista.
Frutas e verduras devem ser consumidos cinco vezes por dia - duas porções de verduras e três frutas, por exemplo. Já os doces e guloseimas têm limite: no máximo duas vezes por semana. Outra orientação é para que se evitem os refrigerantes, substituindo-os por sucos naturais. Se os refrigerantes forem inevitáveis, a escolha deve recair sobre os dietéticos. Mas o ideal mesmo é tomar água - dois litros (oito copos de 250 ml) por dia.

A ingestão de água é importante, mas longe das refeições. Durante as refeições, os líquidos devem ser evitados, pois acabam dilatando o estômago e prejudicando a sensação de saciedade, o que leva a pessoa a comer mais. Consumir alimentos em frente à TV é um perigo: "hipnotizado" pelo programa, o telespectador tende a comer em excesso, sem perceber. "Isso vale para a pipoca", lembra Monica de Biase Wright Kastrup.

Alimentos integrais são preferíveis, pois são ricos em fibras. Frutas, por sua vez, são ideais para fornecer vitaminas e minerais. Para aquela fome fora de hora, as melhores opções são frutas, barras de cereal light, leite desnatado, suco dietético, chá, café, água de coco ou água. Fuja dos alimentos gordurosos, como pizzas, chocolates e salgados fritos.

O álcool e as gorduras, principalmente as de origem animal, são os maiores vilões, seguidos do sódio, presente no sal de cozinha e nos embutidos (salsichas, linguiças, presuntos e similares). Deve-se prestar atenção nos dados contidos nos rótulos - informações nutricionais, ingredientes, origem e validade. Cuidados básicos com higiene e conservação, tais como lavar as mãos antes de comer e guardar os alimentos em lugar adequado, também são fundamentais.

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