06/05/2014

Faltam 17 mil funcionários em hospitais universitários no Brasil

Dois em cada três enfrentam problemas graves, segundo as direções. Em Mato Grosso do Sul, alas inteiras e salas com equipamentos novos estão vazias por falta de servidores

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            para ampliarHospitais públicos no Brasil. (Foto: TV Globo)

Dois em cada três hospitais universitários do país enfrentam problemas graves, admitidos pelas próprias direções. As equipes do Bom Dia Brasil visitaram algumas dessas unidades e encontraram pacientes atendidos nos corredores e alas inteiras equipadas, mas completamente vazias.

A principal queixa, de norte a sul do país, é a falta de funcionários. São 17 mil a menos. Veja na reportagem de Mauro Anchieta e Beatriz Buarque.

Viviane Santos teve que esperar quatro anos para conseguir marcar uma cirurgia no Hospital das Clínicas Edgard Santos, o maior hospital universitário de Salvador. A dona de casa precisa corrigir uma arritmia cardíaca. “O hospital está com excesso de pacientes, tinham pacientes esperando há muito tempo antes de mim”, conta a dona de casa.

Um dos maiores problemas no hospital é a falta de funcionários. São 600 servidores a menos, segundo a direção do hospital.

Uma enfermaria com 40 leitos passou um ano sendo reformada. Tudo foi trocado, do piso aos equipamentos. As obras terminaram há um mês, mas a enfermaria continua parada. Por causa da reforma, muitos servidores que trabalhavam foram remanejados, outros se aposentaram, e agora falta pessoal para fazer toda essa estrutura funcionar. 

Um concurso será realizado este mês para preencher as vagas. Serão chamados 380 médicos. “Vamos dar preferência para colocar, inicialmente, os funcionários para essas enfermarias que estão sendo concluídas as obras de reforma”, afirma o diretor Moysés Sadygursky.

Dos 47 hospitais universitários federais, 32 enfrentam falta de estrutura ou de pessoal. Segundo os diretores, para melhorar o atendimento, seria necessário contratar mais de 17 mil funcionários.

Em Mato Grosso do Sul, enquanto pacientes são atendidos nos corredores do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, alas inteiras estão vazias por falta de servidores.

Nas janelas, lençóis viram cortinas. Perto do centro cirúrgico, operários carregam entulho em meio aos pacientes.

Em Teresina, o Hospital Universitário do Piauí foi inaugurado há apenas dois anos e muitas alas estão vazias. Aparelhos novinhos nunca foram usados.

O Ministério da Educação falou sobre a carência de servidores nos hospitais universitários. “Nós já temos mais de 19 mil vagas abertas através de concursos, o que vai permitir que tenhamos a recuperação, essa recomposição da força de trabalho dos hospitais. Precisamos é de uma mudança na cultura de gestão dos hospitais universitários, por isso adotamos o modelo de empresa justamente para dar essa agilidade e permitir então que nós tenhamos um atendimento de excelência em cada um desses hospitais e que ele sirva ao proposito dele, que é exatamente a formação de pessoal da área de saúde”, disse o ministro Henrique Paim.

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, ligada ao Ministério da Educação, é hoje responsável pela administração de 23 dos 47 hospitais universitários federais.

Assista à matéria.

Fonte: Bom Dia Brasil

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