25/12/2007
Falta de recursos ameaça hospitais
Para o novo ano que se aproxima, os hospitais do Paraná pedem mais investimento. Além de comentar sobre as dificuldades enfrentadas
este ano, o presidente da Associação dos Hospitais do Paraná, Renato Merolli, falou das expectativas para 2008. Entre elas,
a principal é "que os financiamentos prometidos, que já não são suficientes mas são necessários, não sejam cortados. Seja
estadual ou federal, as promessas existem, mas nada de fato", comenta.
De acordo com Merolli, a situação está difícil. O problema principal, segundo ele, que também é vice-presidente da Federação
dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Paraná (Fehospar), ainda é a defasagem dos procedimentos da tabela do Sistema
Único de Saúde (SUS). "A maior parte dos leitos disponíveis mantém convênio com o SUS, cuja tabela está defasada. Este ano
houve reajuste em alguns procedimentos, mas muitos ainda estão defasados", diz.
Como revela Merolli, apenas nas Santas Casas e hospitais filantrópicos do Brasil a dívida está calculada em R$ 1,8 bilhão.
No Paraná o quadro é o mesmo: de endividamento. De acordo com a Federação das Santas Casas do Paraná (Femipa), deve estar
concluída, em breve, a pesquisa da dívida dos mais de 80 hospitais que representa. Porém, eles afirmam que, em 2006, era de
cerca de R$ 160 milhões e a expectativa é que este ano chegue perto do R$ 200 milhões. Entre os hospitais particulares, os
números não são divulgados, mas a dificuldade existe.
Ainda de acordo com Merolli, o número atual de estabelecimentos no Estado é de 550. Nos últimos doze meses, segundo ele,
foram realizados 152 milhões de atendimentos ambulatoriais pelo SUS e 740 mil internações. "Temos estrutura e inclusive leitos
suficientes (9.525). O problema é o financiamento, que faz hospitais fecharem (nos últimos 15 anos cerca de 220 hospitais
fecharam no Paraná e apenas 60 novos foram abertos, de fato)", relata Merolli.
Fonte: O Estado do Paraná