08/02/2010
Falta de candidatos em concursos dificulta contratação de médicos para novos hospitais
A ausência de inscritos, em algumas especialidades e regiões, nos concursos públicos para médicos e a falta de candidatos
aprovados estão dificultando a contratação de profissionais para a expansão da rede estadual de saúde, em execução pelo Governo
do Paraná. O alerta foi feito na reunião da Escola de Governo desta terça-feira (9), pela secretária de Estado da Administração
e da Previdência, Maria Marta Lunardon.
Maria Marta explicou que desde 2004 foram abertos cinco concursos públicos. Esses processos tiveram, entre as mais variadas
funções de profissionais e técnicos para a área de saúde, vagas para médicos, em diversas especialidades. No mais recente
deles, em andamento desde o segundo semestre de 2009, não houve candidatos aprovados para um total de 124 postos (equação
que leva em conta especialidades, especialidades por região e por unidade de saúde).
E, mais preocupante, informou a secretária: desses 124 postos, em 108 não houve candidatos inscritos. Para o hospital
de Francisco Beltrão, por exemplo, o concurso não conseguiu candidatos para 21 especialidades. Ponta Grossa (sem 12 especialidades
preenchidas), Lapa (dez) e Paranaguá (nove) foram outros casos mencionados por Maria Marta.
"O Estado ficou muito tempo sem realizar concurso dessa amplitude. Lançamos, no ano passado, dois editais de concursos
para várias funções e especialidades. Mas, diante dessas dificuldades, teremos de tomar novas providências. Rever a remuneração
e abrir novo concurso, que avalie não só a competência profissional e intelectual dos candidatos, como também a sua disposição,
o seu comprometimento com a saúde pública", disse a secretária da Administração.
SALÁRIOS
Aumentar a remuneração de médico é a necessidade apontada pelo governador Roberto Requião, que recentemente determinou
- e a Secretaria da Administração já iniciou - a realização de estudos que viabilizem essa revisão. Na avaliação do governador,
o salário de médico na rede estadual de saúde está "muito baixo", principalmente se comparado a outras carreiras do Poder
Executivo, como as jurídicas (advogados e procuradores), com remuneração até cinco vezes maior.
"Dessa forma, quando o Estado abre um concurso para médico, não encontra pessoas interessadas. Acaba o Estado resolvendo
isso com a terceirização. Então, já que o Estado não pode pagar um salário (em função dos entraves legais e burocráticos)
de R$ 10 mil para o médico, acaba terceirizando e pagando R$ 20 mil para o lucro de uma empresa. Temos que encontrar uma solução,
porque esta da terceirização é a pior possível", disse Requião.
O programa de expansão da rede estadual de saúde segue com a construção, ampliação e reforma de 45 hospitais e a implantação
de 347 Centros da Mulher e da Criança, citou o governador. O salário inicial da função de médico, que integra o cargo de agente
profissional do Quadro Próprio do Poder Executivo, é de R$ 2.401,56 para jornada de 20 horas semanais, mais uma gratificação
mensal de R$ 700 para os que atuam em hospital e de R$ 500 para os que exercem atividades em outros setores.
Fonte: Agência de Notícias/Governo Paraná