20/05/2011
Faixa na sede do CRM expressa luto da classe médica
Conselho do Paraná publicou no domingo manifesto em jornais do Estado em repúdio a ato da SDE. Classe médica continua mobilizada
em prol de uma remuneração digna e melhores condições de trabalho
Uma faixa de três metros de largura por quatro de altura, estendida desde quarta-feira, 18 de maio, na fachada do edifício-sede
do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), em Curitiba, reflete a indignação da classe médica com o aviltamento
dos honorários e com a decisão da Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, que havia proibido os médicos
de promoverem paralisações e suspenderem o atendimento aos usuários de planos de saúde. A medida do governo, considerada uma
forma de censura ao movimento médico, teve os efeitos suspensos por decisão judicial na quinta-feira, dia 19, mas a luta pela
valorização dos profissionais continua.
Exibindo os dizeres "A classe médica está de luto", com uma tarja preta e a logomarca do conselho, a faixa é mais uma
ação de protesto do CRM. De acordo com o vice-presidente da entidade, Alexandre Gustavo Bley, a faixa simboliza o repúdio
dos médicos à arbitrariedade cometida pela SDE. "A classe está de luto há décadas, sofrendo com uma remuneração aviltante
e condições de trabalho precárias. Este Conselho não se furtará de atuar dentro de princípios legais e éticos pelo bom conceito
de nossa profissão", afirma. As entidades médicas prometem não esmorecer, mantendo abertos os canais de negociação.
O entendimento do magistrado que concedeu liminar ao Conselho Federal de Medicina (CFM) vai na mesma direção do que defende
o movimento médico. Em seu despacho, o juiz federal Antônio Correia, da 9.ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal,
argumenta que houve abuso de poder por parte da SDE, já que o órgão não tem competência para interferir nas relações entre
médicos e pacientes.
A maior mobilização na história da classe médica ocorreu no dia 7 de abril, Dia Nacional de Paralisação do Atendimento
aos Planos de Saúde. Segundo estimativa do CRM-PR, pelo menos 85% dos médicos paranaenses credenciados suspenderam o atendimento
aos beneficiários de convênios médicos durante o dia de protesto.