23/01/2008

FDA alerta sobre risco de dar remédio para gripe e tosse a crianças menores de dois anos

A agência que controla o uso de medicamentos e alimentos nos EUA, a Food and Drug Administration (FDA), divulgou nesta quinta-feira um alerta para que os pais não dêem remédios para gripe e tosse - sem receita médica - a crianças com menos de dois anos de idade. Segundo a FDA, o risco é muito alto, uma vez que "podem ocorrer efeitos colaterais graves, que podem colocar em risco a vida do bebê".


De acordo com a pediatra Maria Cristina Senna Duarte, chefe do Centro de Terapia Intensiva (CTI) Pediátrico do Hospital da Lagoa, a prescrição médica é fundamental para esse tipo de remédio. Ela explica que os princípios ativos bronfeniramina e fenilefrina - presentes nos descongestionantes sistêmicos e antitussígenos, como são chamados esses medicamentos - podem provocar efeitos colaterais no coração, como arritmia cardíaca (taquicardia), e no sistema nervoso central, como sonolência e irritabilidade.


- São duas substâncias que se usam indiscriminadamente no Brasil, apesar de hoje em dia haver um controle cada vez maior, e a maioria dessas medicações exigir prescrição médica. Mas as pessoas insistem na automedicação. Volta e meia aparecem crianças no Hospital da Lagoa intoxicadas por esse tipo de remédio - diz a médica.


Segundo ela, o uso desse tipo de medicamento em crianças menores de dois anos é ainda mais arriscado porque elas são mais sensíveis.


- As pessoas mais orientadas já estão trabalhando aqui no Brasil como o FDA está orientando. O uso desse tipo de medicamento em crianças menores de dois anos não é aconselhável, porque elas são mais sensíveis, o coração é mais sensível, o sistema nervoso é mais sensível. Nesta faixa etária, a recomendação é ingerir bastante líquido, tomar antitérmico para baixar a febre e nebulização - explica.


Diante de qualquer sintoma, os pais devem sempre procurar um médico.


- Os resfriados são doenças virais que têm curso próprio, não há medicação específica que trate. A medicação existente é apenas para alívio dos sintomas. E esses remédios não são livres de efeitos colaterais. Por isso, a automedicação é extremamente arriscada. A recomendação é sempre procurar um médico - diz.


Fonte: O Globo online

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