11/05/2007
FBH defende reforço na parceria público-privada
Presidente da entidade diz que hospitais estão fugindo do SUS por causa dos prejuízos
O presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Dr. Eduardo de Oliveira, afirmou que os hospitais privados estão
"fugindo" do SUS e, segundo ele, "precisam fugir mesmo, porque o SUS está acabando com eles". Para Oliveira, o Ministro da
Saúde, José Gomes Temporão, segue a linha dos sanitaristas, que preferem acabar com as parcerias público-privadas.
De acordo com o presidente da FBH, a situação dos hospitais privados, hoje, é resultado da reforma sanitária, realizada
há 10 anos. O conceito do Sistema de Saúde Universal, no entanto, não funciona como deveria. Dr. Oliveira defendeu que a parceria
não pode ser só uma retórica e acusou o ministro Temporão de "encenar" o interesse na participação privada porque "é o que
a imprensa gosta". "O ministro só falou de parceria público privada em hospitais como o Sírio Libanês e o Albert Einstein,
que são hospitais de ponta e atendem um público seletivo", criticou.
O que falta ao setor, segundo o presidente, é conscientizar a sociedade e a classe política para fazer as modificações
necessárias de forma a incentivar o crescimento do setor e garantir a manutenção da iniciativa privada. "As pessoas precisam
entender que ser lucrativo não é ser ladrão, nem quer dizer que a empresa defende um capitalismo selvagem. É ser, ao contrário,
uma empresa que tem uma saúde financeira que pode garantir o atendimento", argumentou.
O fim das parcerias e as limitações impostas ao setor privado, levam, num grau maior ou menor, o fechamento das instituições.
E, num segundo estágio, de acordo com o presidente, atinge o setor privado como um todo, não apenas os lucrativos.
Dr. Eduardo disse, ainda, que, se o governo conseguir, de fato, desenvolver um PAC da Saúde, será preciso reforçar a parceria
público-privada. "Para o presidente Lula atingir seus objetivos, deveria reforçar a parceira público-privada e não deixar
que ela se exaurisse, como tem feito o Ministério da Saúde", apontou.
Os investimentos públicos na saúde são menores do que os recursos privados. Esse montante somado, no entanto, ainda é
pequeno. "O governo devia estar preocupado com a melhoria da qualidade da Saúde no País", ressaltou Dr. Eduardo, dizendo que,
no final, quem vai pagar a conta será a sociedade.
Conferência
O presidente da FBH, Dr. Eduardo de Oliveira apresenta, hoje, em mesa redonda durante a 2ª Conferência de Gestão hospitalar
dos Países de Língua Portuguesa, um panorama sobre a situação dos hospitais públicos e privados que atendem pelo SUS e a atual
tendência da verticalização dos serviços, na saúde suplementar.
Os países participantes do evento já apresentaram, ontem, a situação de cada região, mas os problemas somente serão discutidos
durante a programação desta sexta-feira.
Fonte: Saude Suplementar: 11/05/2007