23/04/2012
Excesso de receita em papel atrapalha farmácias
O aumento do consumo de medicamentos no Brasil e, consequentemente, o maior volume de receitas em papel, começa a criar embaraço
para as farmácias.
O problema pode piorar se não forem discutidas maneiras de utilizar receitas médicas eletrônicas, segundo a Abrafarma
(associação de redes de drogarias).
O mercado farmacêutico deve passar de R$ 41 bilhões em 2011 para R$ 90 bilhões em 2015, devido ao aumento da renda e de
programas como o Farmácia Popular, de acordo com Sérgio Mena Barreto, presidente da entidade.
"Temos de enviar para a Anvisa os dados da movimentação de medicamentos no sistema nacional de gerenciamento do produto
controlado. Isso é uma coisa boa, mas o farmacêutico virou um digitador de luxo. Precisa de um sistema informatizado."
Membros da Abrafarma viajaram nesta semana para a Turquia para conhecer seu sistema de receita eletrônica e desenvolver
sugestões para enviar ao governo brasileiro. "É preciso fazer uma revisão na legislação", diz Barreto.
Uma das ideias é que o paciente não tenha que levar a receita à farmácia todas as vezes que for comprar um produto de
uso contínuo.
"Tem que ficar armazenado digitalmente. Nos EUA, ninguém sai do consultório médico carregando uma receita de papel. Cada
um tem um cartão com um número de prescrição digital", afirma.
"Se o setor não sair do modo manual, haverá um estrangulamento."
Fonte: Folha de S. Paulo. Matéria publicada em 13/04/2012, na coluna Mercado Aberto.