17/06/2014
Toda responsabilidade de atendimento no local do evento é da Fifa
A estrutura médica assistencial montada na Arena da Baixada e seu entorno cumpriu seu papel a contento no jogo inaugural em Curitiba, no dia 16 de junho. E quem mais teve trabalho mesmo foram as equipes de campo, sob coordenação dos médicos Ricardo Falavinha e Fabio Carvalho, com o constante vai-levanta e vai-e-vem de jogadores participantes do acirrado embate que, contudo, marcou o primeiro empate – e sem gols – da competição. Toda responsabilidade de atendimento no local do evento é da Fifa.
A uma semana da Copa, os Conselhos de Medicina não tinham conseguido concluir a fiscalização necessária na maioria dos postos de saúde e ambulatórios montados nos 12 estádios da competição. Visitas foram agendadas para ocorrer até 10 de maio, a pedido dos organizadores, mas como a entrega das obras atrasou, o prazo foi revisto. Na Arena da Baixada, em Curitiba, a primeira visita ocorreu no dia 29 de maio, mas a montagem dos equipamentos ainda estava inconclusa e, portanto, em desacordo com as regras previstas na Resolução CFM n.º 2.012/2013, que estabelecem a infraestrutura mínima para atendimento aos espectadores e atletas, inclusive em casos de urgência.
Representante médico local da Fifa, Edilson Thielle, recepcionou na Arena a equipe fiscalizadora do CRM-PR, tendo a frente o médico fiscal Elísio Lopes Rodrigues. Naquela data (29), ainda havia muito por fazer. Contudo, já no início de junho, foi apresentado todo o planejamento da estrutura assistencial para os quatro jogos na Arena (16, 20, 23 e 26 de junho), incluindo as escalas de médicos para as equipes de campo, posto médico dos jogadores e da ala VIP e ainda dos postos central e os três secundários, além das seis ambulâncias – três delas da área externa. O Centro de Comando e Controle do Estádio ficou a cargo do Dr. Vinicius Augusto Filipak, também coordenador estadual da Copa do Mundo 2014 e diretor de Políticas de Urgência e Emergência da SESA-PR. Com ele, são 23 os médicos integrados a cada escala.
No dia 14, tinha sido instalado em um terreno na esquina da Rua Buenos Aires com a Avenida Getúlio Vargas o hospital de campanha que será responsável pelo atendimento médico no entorno da Arena da Baixada. Com capacidade para 35 leitos, divididos em duas tendas, o Posto Médico Avançado tem a função de prestar os primeiros socorros e estabilizar os pacientes mais graves. O serviço conta com uma equipe fixa de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem da Prefeitura de Curitiba, podendo atender pacientes em todos os níveis de gravidade.
No dia 27 de março, tinha ocorrido no CRM-PR o primeiro encontro para apresentação da estruturação dos serviços assistenciais para toda a parte externa da praça esportiva que vai abriga os jogos, inclusive com treinamentos especiais para situações emergenciais de atendimento em maior escala na Capital paranaense. O presidente Maurício Marcondes Ribas e o gestor do Defep Carlos Roberto Goytacaz Rocha recepcionaram na ocasião os representantes da coordenação da infraestrutura externa.
Itens mínimos nas arenas de futebol
De acordo com a diretriz do CFM, a assistência médica ao público deve compreender:
» Posto médico em ambiente físico fixo ou de campanha;
» Sua distribuição geográfica deverá obedecer aos critérios de segurança previstos pela organização;
» Um consultório para cada médico presente no ambiente, no caso de opção por organizar a assistência em mais de um espaço geográfico;
» Sala para procedimentos médicos e de enfermagem;
» Macas acolchoadas, distribuídas, cada par, em ambientes físicos diferentes, até o máximo de seis, sendo duas para procedimentos de estabilização e transporte por ambulância e quatro para outros procedimentos e observação;
» Materiais e insumos para primeiros socorros e suporte à vida;
» Material de expediente para registros em prontuário, para cada paciente, atestações, prescrições e encaminhamentos;
» Ambulância USA (unidade de suporte avançado), com conhecimento prévio da rota de fuga e hospital de destino.