06/04/2018

Estado publica boletim de perfil de resistência aos antibióticos

Levantamento feito pela Sesa analisa dados sobre infecção hospitalar coletados entre agosto e dezembro de 2017

clique para ampliarclique para ampliarEstudo servirá para estruturar ações de controle para a rede hospitalar do Paraná (Foto: SESA)
A Secretaria de Estado de Saúde divulgou, nesta quinta-feira (5), boletim com os resultados do estudo sobre sensibilidade e resistência de bactérias aos antibióticos. A publicação - inédita no país - compila análise de dados do Sistema Online de Notificação de Infecção Hospitalar (Sonih), entre agosto e dezembro de 2017.

O secretário estadual de Saúde, Michele Caputo Neto, destaca o avanço diferenciado do Estado nas pesquisas e o trabalho intersetorial das Vigilâncias Sanitária, Epidemiológica e Laboratorial. “O problema da resistência é complexo e uma das principais causas está relacionada ao uso excessivo e indiscriminado de antimicrobianos. Os estudos realizados pelas equipes de vigilância vão subsidiar ações de controle para toda a rede hospitalar do Paraná”, declara Caputo Neto.

A divulgação dos dados tem como foco principal estimular a estruturação e desenvolvimento de ações estratégicas no enfrentamento dos casos de infecções. A presidente da Associação Paranaense de Controle de Infecção Hospitalar, Viviane Dias, comenta sobre a importância dos números como fonte de informações epidemiológicas.

“O boletim é essencial como forma de compilação de dados, que contribuem para conformação de metas e estratégias para as ações de controle das infecções”, declara Viviane Dias.

O diretor do Centro estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Santana, ressalta que o Sonih, programa utilizado para tabulação e identificação dos dados, foi de extrema ajuda para o estudo. “O Sonih é um sistema pioneiro no Brasil utilizado no Paraná desde 2009. A nova versão desenvolvida pela Celepar em 2017 trouxe mais elementos para subsidiar os estudos da área”, acrescenta Santana.

O crescente aparecimento de bactérias e outros microrganismos resistentes aos antimicrobianos levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a considerar a resistência antimicrobiana como um problema crítico de saúde pública global.

“Além de representar um elevado custo adicional para os serviços de saúde, a resistência a antibióticos e outros antimicrobianos traduz-se em repercussões negativas para a saúde em geral, pois, sendo difíceis de tratar, as infecções causadas por bactérias resistentes tendem a ser mais graves e eventualmente fatais”, explica Santana.

A divulgação do perfil de resistência aos antibióticos nas infecções hospitalares é uma das ações previstas no Plano Estadual de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde e Controle da Resistência Microbiana no Paraná.

O boletim pode ser acessado aqui.

LACEN é referência em pesquisa sobre genes de resistência

O Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen), desde 2013, já catalogou e pesquisou mais de dez diferentes tipos de microorganismos de resistência em aproximadamente 12.600 amostras. O Lacen foi classificado como Laboratório de Referência Regional para os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

A diretora do Lacen, Célia Fagundes da Cruz, comemora os resultados. “O Governo do Estado não tem medido esforços para desenvolver os métodos mais avançados para pesquisa e diagnóstico dos genes responsáveis pela resistência antimicrobiana, dando suporte a mais de 120 hospitais no Paraná”, destaca a diretora.

O bacteriologista do Laboratório, Marcelo Pillonetto, reforça a importância da pesquisa tanto para o Lacen quanto para a população. “Estes dados permitem definir quais são as principais bactérias multirresistentes circulantes no Paraná, direcionando assim as medidas de controle e prevenção deste problema global que é a resistência antimicrobiana” finaliza Marcelo.
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde (SESA)

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