Em Londrina, cenário epidemiológico é de crescimento, alertou em relatório divulgado no último domingo, 13, a Associação Médica
da cidade (AML)
Em 12 de março o cenário mundial da Covid-19
apresentava 140 mil casos e 4 mil mortes no mundo. No Brasil, eram 77 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, sem
mortes pela doença. E foi nesta data que o Paraná divulgou os primeiros seis casos de pacientes com o vírus
confirmado.
O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, relata que o contexto mudou muito nesse
período. “Em fevereiro e nos primeiros dias de março nossa visão era de que a doença estava
se aproximando e começamos a nos preparar e nos organizar em relação à infraestrutura. Ajustamos
todo o nosso planejamento do ano para atender possíveis pacientes infectados pela nova doença.”
Com o passar das semanas e meses, os casos e óbitos tomaram proporções imensas demandando tomada de
decisões rápidas da gestão pública. O secretário de saúde avalia os 180 dias de
rotina com a Covid-19 no território paranaense. “Embora não tenham faltado leitos ou insumos, nunca, de
modo algum, podemos comemorar o que estamos passando. Mesmo quando comparamos com outros estados e percebemos que nossos números
estão melhor ou que não identificamos a falta de leitos. Não podemos comemorar pelo fato de que muitos
paranaenses morreram, muitos perderam seus pais, seus irmãos, seus companheiros ou seus filhos e há outros que
estão em um leito de hospital agora lutando pela vida’, esclarece Beto Preto.
A Secretaria de Estado
da Saúde do Paraná atuou, junto com o Governo do Paraná, tanto na organização e contratualização
de leitos e realização de exames RT-PCR, como na divulgação de orientações, normas,
informativos, ativação do Centro de Operações em Emergências (COE), Plano de Contingência
Covid-19.
No dia 12 de setembro, o Paraná tinha 151.293 pessoas infectadas e 3.761 mortos em consequência
da Covid-19 e 104.110 recuperados. De 399 cidades paranaenses, havia registro de casos em 398 municípios, apenas Laranjal,
na região central do estado, não tinha nenhuma confirmação. Em relação aos óbitos,
havia registros em 291 cidades, até sábado (12).
Relatório da Associação
Médica de Londrina
No domingo, 13, a Associação Médica de Londrina emitiu relatório
sobre o cenário epidemiológico na cidade, que é de expansão da epidemia. Segundo apontou a entidade,
a evolução vertiginosa da Covid-19
em Londrina ocorreu a partir de meados de julho, com acentuação no final de agosto. As medidas sanitárias
municipais foram adotadas desde o início do período pandêmico, com ampliação no número
de leitos específicos para atendimento a pacientes com Covid-19 de Londrina e das outras 20 cidades da 17ª Regional
de Saúde.
Para a AML, "é notório que o mês de setembro já pode ser apontado como
sendo o pior para a saúde da cidade quando observado: o recorde no registro diário de novas confirmações
(210 entre dias 11 e 12/09), o número elevado de casos ativos (855 em 7/09) e no de pessoas em isolamento domiciliar
(360 em 10/09), o dígito para o número de londrinenses aguardando resultado de exames (491 em 5/09) e o significativo
aumento no número de internações em leitos de UTI e de enfermaria em hospitais da rede pública
e privada da cidade (101 internados em 3/09), assim como na taxa de ocupação hospitalar que, em 8 de setembro,
chegou a 91% (*Apontamentos do Coesp em 10/09)".
"Por
isso, nesta última reunião do Coesp, o entendimento dos profissionais representantes das diversas instituições
de saúde e de pesquisas da cidade foi de que o cenário epidemiológico em Londrina é de crescimento”,
comenta a presidente da AML e conselheira do CRM-PR, Dra. Beatriz Tamura. A médica ressaltou ainda a importância
de se propagar com maior ênfase tais informações, para que a sociedade esteja mais atenta ao que os números
e percentuais significam para a saúde de toda a comunidade londrinense, assim como a dos municípios vizinhos.
A entidade solicita aos médicos
e acadêmicos associados que chamem a atenção para a importância das medidas sanitárias e
para a indicação de enrijecimento do poder público quanto às medidas não farmacológicas.
A presidente da AML cita ainda que, na 36ª semana
epidemiológica (1 a 7/09), a cidade recuou ainda mais no índice de isolamento social (35%), sendo de extrema
importância a leitura da população em geral para a faixa etária de jovens e adultos (20 a 39 anos)
que, desde o início da pandemia, mantém o maior número de casos confirmados.
Fontes: SESA-PR e AML