23/04/2008
Especialistas desaconselham educação a distância na formação inicial do professor
Brasília - A educação à distância deve ser usada como ferramenta de formação continuada de professores, mas não como formação
inicial. A afirmação foi feita hoje (17) pela vice-presidente da Internacional da Educação, professora Juçara Maria Vieira,
na 1ª Conferência Nacional da Educação Básica (Coneb).
"Não há preconceito com a educação a distância. Como formação continuada, é uma ferramenta excelente, mas a formação inicial
do professor precisa ser humanizada - você não vê outras profissões ditas de maior prestígio, como medicina, direito e engenharia,
com cursos de graduação a distância", afirmou Juçara.
O tema foi também exposto em um dos oito colóquios da manhã de hoje. A coordenadora do Laboratório de Estudos sobre Tecnologias
da Informação na Educação da Universidade Federal do Mato Grosso, Kátia Mosorov, uma das expositoras, defendeu a integração
entre a formação presencial e a não-presencial.
"Os programas de educação a distância precisam garantir, necessariamente, também recursos humanos capacitados, bibliotecas,
laboratórios e outros materiais, além de encontros presenciais voltados para a prática pedagógica, e não para a avaliação",
disse a professora.
Para Mônica Gardelli, especialista em educação a distância da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP),
se o documento-base da Coneb prevê o uso da metodologia de formação a distância para aperfeiçoamento, é necessário que o estudante
tenha contato com as plataformas virtuais ainda na graduação.
Mônica ressaltou, porém, que a educação a distância não pode ser desconsiderada em nenhum momento da educação do professor.
"Ela é bem-vinda, desde que não seja na formação inicial, mas o futuro professor precisa ser preparado já no começo. É preciso
haver etapas que incluam a experiência da metodologia a distância durante a graduação", afirmou.
Fonte: Agência Brasil