28/03/2008
Especialista defende o uso de terapia social em tratamentos
O médico e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria Cultural, Marcos de Noronha, ministrou palestra sobre "Cultura
e Saúde Mental" na noite de 17 de março. O evento reuniu médicos e profissionais da área da saúde na sede no Conselho Regional
de Medicina do Paraná (CRM-PR), e contou ainda com a participação do presidente da entidade, Gerson Zafalon Martins.
Durante a exposição, o psiquiatra reconhece que a utilização de fatores socioculturais influencia no tratamento de doenças
mentais. "Cada sociedade tem uma maneira de adoecer", explica, e acrescenta: "precisamos elaborar estratégias de reintegração
social destes pacientes". Os transtornos mentais, dependência química e estresse urbano não ocorrem da mesma forma em diferentes
culturas. "As condições são diferenciadas em cada país, cada povo e cada região. E as condições de recuperação dos doentes
mentais também são alteradas", afirma.
Noronha apresentou dados contidos na sua obra "Terapia Social - Fatores socioculturais para o conhecimento e tratamento
das doenças mentais / Estratégias para reintegração social do doente mental", na qual buscou voltar sua atenção às causas
das doenças, ao invés de visar apenas a eliminação dos sintomas. Para o médico, o novo papel do psiquiatra da atualidade deve
englobar três aspectos principais, são eles: respeitar aspectos socioculturais do paciente que possam complementar as ações
terapêuticas; ser tolerante a diferenças religiosas e sociais; e promover informação para a sociedade como forma de educação.
No livro, editado pela Letras Contemporânea, procura contextualizar o problema apresentado pelo paciente e, em seguida,
compor com outros recursos sociais, para consolidar o tratamento.