Em nota, Sociedade Brasileira de Cardiologia alerta sobre a importância de não interromper o tratamento, devendo medicamentos
dos lotes retirados do mercado serem substituídos
Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mandou retirar do mercado
cerca de 200 lotes contaminados de remédios para a hipertensão à base de “sartanas” (Losartana e Valsartana). Como esta iniciativa
está suscitando muitas dúvidas e preocupações por parte dos médicos e pacientes, o Departamento de Hipertensão Arterial da
Sociedade Brasileira de Cardiologia (DHA-SBC) vem a público com a intenção de tranquilizar e orientar todos os envolvidos.
A retirada de lotes desses medicamentos se deve à identificação de uma impureza no princípio ativo, chamada nitrosamina,
classificada como provável ou potencial fator carcinogênico para seres humanos, porque a exposição a longo prazo pode aumentar
o risco de desenvolver câncer.
Diariamente, estamos expostos a pequenas quantidades de nitrosaminas, pois elas
estão presentes na água e nos alimentos, como por exemplo, em carnes processadas e defumadas. Elas também podem ser encontradas
em vegetais frescos. Essas pequenas quantidades são aceitáveis e não oferecem risco, mas não deveriam estar presentes em medicamentos.
A agência diz que os princípios ativos importados são testados no Brasil, mas que esse tipo de impureza é um problema
novo. A partir do momento em que essa possibilidade foi verificada, todas as especificações foram revistas e a necessidade
desse controle está sendo efetuada, com retirada de lotes dessas medicações.
Assim, o Departamento de Hipertensão
gostaria de salientar que não há risco de saúde imediato associado ao uso desses medicamentos contendo essas impurezas, e
reitera que os medicamentos contendo “sartanas” são seguros e eficazes no tratamento de hipertensão e insuficiência cardíaca,
reduzindo significativamente o risco de acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio.
Por fim, o Departamento
alerta que quem usa os medicamentos para controlar a pressão deve continuar tomando os remédios, exceto os lotes que foram
retirados do mercado. Qualquer dúvida, converse com seu médico.
Prof. Dr. José Fernando Vilela Martin
Diretor Científico do Departamento de Hipertensão Arterial da SBC
Prof. Dr. Rui Póvoa
Presidente do Departamento de Hipertensão Arterial da SBC