A manhã desta quarta-feira (21) marcou o início da carreira de 240 médicos recém-formados. Os novos profissionais se
reuniram na sede do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), em Curitiba, para a tradicional cerimônia de entrega
de carteiras.
O evento teve início com uma fala do presidente do Conselho, Dr. Wilmar Mendonça Guimarães, que deu
as boas vindas aos presentes e em seguida passou a palavra ao presidente da Academia Paranaense de Medicina, Dr. Avelino Ricardo
Hass. Ele parabenizou os formados em nome da Academia e ressaltou o comprometimento da instituição com a bioética e a ética
médica. “Nós estamos todos engajados na tentativa de solucionar os problemas dos pacientes e da classe médica”, disse.
O Secretário-Geral do CRM, Dr. Luiz Ernesto Pujol, destacou que esse é apenas o início da jornada. “Eu tenho 50 anos
de formado e posso dizer que essa é a melhor profissão do mundo”, disse. Ele também deixou claro que o papel do médico vai
além de cuidar. Para ele, não basta apenas o domínio técnico da Medicina, mas também cabe ao médico ser um exemplo moral para
o paciente e para a sociedade.
Seguindo nessa mesma linha, a conselheira e professora da PUC-PR, Dra. Tânia Maria
Santos Pires, defendeu a importância de sempre se ter a ética e empatia como norte na profissão. “Nossa maior missão é desenvolver
uma Medicina empática”, afirmou. “Nunca abandonem seus princípios”. Segundo a doutora, a principal função do Conselho é defender
essa Medicina de eventuais interesses que a desviem de seu caminho original.
Na sequência, o vice-presidente do
CRM, Dr. Roberto Issamu Yosida, explicou brevemente o funcionamento e as áreas na quais o Conselho atua. Além disso, deu orientações
para uma boa conduta médica e deixou palavras de encorajamento aos novos profissionais. “As pessoas esperam muito de nós”,
disse. “Mas tenho certeza que vocês todos vão conseguir superar essas expectativas”.
Encerrando a cerimônia, o
Dr. Wilmar Mendonça Guimarães destacou a excelência e o reconhecimento do CRM entre os Conselhos de Medicina, chamando então
ao palco seis novos médicos para a entrega simbólica dos documentos.
Formado aos 60
Ruben Vogt trabalhou a vida inteira em um banco e foi só depois de se aposentar
que seu interesse pela Medicina despertou. Hoje, aos 60 anos de idade e depois muito estudo, ele conseguiu se formar médico
pelo Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM).
Ele, que se define como “gaúcho de origem e paranaense de
coração”, integra atualmente o programa Mais Médicos, trabalhando como médico de família no município de Mangueirinha -- interior
do Paraná. Agora que está formado, o próximo passo é se especializar. “Eu quero fazer uma especialização em psiquiatria voltada
para a terceira idade”, diz.
Ele conta que a maior parte dos casos que atende são de doenças como depressão e ansiedade.
Por isso, acredita que a maior necessidade do paciente é ser atendido por um profissional que esteja disposto a ouvir o que
ele tem a dizer, algo que tenta exercer no dia a dia. “Eu digo para os meus pacientes que eu sou um médico demorado, porque
eu dou a oportunidade das pessoas falarem”, afirma. “Eu acho que a nossa grande missão é curar e, quando não é possível curar,
ouvir e dar conforto”.
clique para
ampliarCralos, com esposa e filha, ladeados pelos Drs. Pujol, Wilmar e Avelino Hass. (Foto:
CRM-PR)
Médico estrangeiro
Também esteve presente na cerimônia o médico Carlos Fernando Herbas Cortez. Formado na Bolívia, ele está morando
no Brasil há cinco anos e revalidou seu diploma pela Universidade Federal do Mato Grosso. Ele, que pretende se especializar
em cirurgia cardiovascular, estava acompanhado de sua mulher e a filha recém-nascida. “Foi difícil estudar e cuidar dela ao
mesmo tempo, mas graças a Deus deu tudo certo”, diz. A simpatia da pequena, de apenas quatro meses de idade, chamou a atenção
dos conselheiros que aproveitaram para tirar uma foto com a família.