28/01/2021
CRM-PR, Coren-PR, Crefito-8 e Sociedade de Medicina Intensiva oficiam Secretaria de Saúde de Curitiba pedindo mais transparência e ajustes para evitar deslocamentos, aglomerações e exclusões de quem lida com pacientes
O Conselho Regional de Medicina do Paraná realizou, na noite da última terça-feira (26), a 55.ª reunião da Comissão de Comunicação Institucional, que teve a participação de representantes dos Conselhos de Enfermagem e de Fisioterapia Ocupacional, da Sociedade de Terapia Intensiva do Paraná e da Associação de Medicina Intensiva Brasileira. A webconferência teve em destaque a análise de possíveis inconsistências no plano de vacinação contra a Covid-19, sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, como limitação de público-alvo e exigência de deslocamentos que conflitam escalas de plantonistas e geram aglomerações.
Do encontro foi gerado ofício conjunto das entidades, encaminhado na quarta-feira (27) à secretária Márcia Cecília Huçulak, que está na coordenação do processo de imunização. No documento, as instituições reforçam as reivindicações para que a vacinação dos profissionais de saúde envolvidos diretamente com os doentes graves de Covid-19 ocorra de forma prioritária em seus locais de trabalho, considerando sobretudo que a ausência desses profissionais em seus postos tem trazido ou pode trazer distorções no bom andamento do serviço; que o período de vacinação seja estendido e ocorra também nos fins de semana; e plano municipal seja mais detalhado quanto a etapas e critérios, no sentido evitar ansiedade por falta de informação e, ao mesmo tempo, para sejam contemplados os profissionais que, embora não estejam exercendo seu trabalho exclusivamente em UTI, prestam serviços na assistência a doentes com Covid-19, sob pedido ou orientação de intensivistas.
Sobre a questão da transparência no plano de imunização, as instituições chamam a atenção para detalhes como a ordem de vacinação, considerando a observância do sequenciamento do público a ser vacinado, conforme os grupos estabelecidos na fase 1 do plano estadual de vacinação; a logística de vacinação, levando-se em conta o público específico a ser vacinado na primeira fase (profissionais da saúde) e a dificuldade de organização de agenda diante da atividade profissional; a garantia de que a segunda dose ocorra sem que seja atrapalhada pela primeira dose de outros grupos; e a definição quanto ao público a ser vacinado, observando-se os que residem em um município e trabalham em outro, exigindo correções no aplicativo Saúde Já.
Ainda no ofício, os representantes das entidades manifestaram a preocupação “em manter o exemplo e cumprimento das medidas sanitárias de controle, sendo imprescindível o distanciamento social, bem como a proteção dos profissionais que estão expostos durante longo período como agentes de vacinação”.
A reunião de terça-feira teve as participações dos conselheiros do CRM-PR, incluindo o presidente Roberto Yosida; a presidente do Coren-PR, Rita Sandra Franz; a presidente do Crefito-8, Patrícia Rossafa Branco, e ainda o conselheiro efetivo João Eduardo Vieira; o presidente da Sociedade de Medicina Intensiva do Paraná, Rafael Alexandre de Oliveira Deucher; e a ex-presidente e integrante do Comitê de Defesa Profissional da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Mirella Cristine de Oliveira.
Ainda nesta quinta-feira (28), o CRM-PR emitiu a seguinte nota:
Nota oficial do CRM-PR
O CRM-PR oficiou as autoridades sanitárias sobre a vacinação dos profissionais de saúde da linha de frente em seus respectivos ambientes de trabalho, evitando sobrecarga dos locais, deslocamentos e sobreposição de plantonistas, dentre outros problemas. As equipes estão esgotadas física e emocionalmente diante de estresses de toda natureza e após quase um ano de pandemia.
Alertamos, em conjunto com o Coren-PR, Crefito-8 e Sociedade de Terapia Intensiva do Paraná (Sotipa), sobre a questão de evitar aglomerações e o planejamento da segunda dose da vacina.
Curitiba, 28 de janeiro de 2021.
Conselho Regional de Medicina do Paraná