José Carlos Loureiro, Antônio Sergio de Souza Guetter e Helio José Pizzatto (representantes da Funadação Copel) ao lado de
João Carlos Gonçalves Baracho (presidente da AMP), Mario Antonio Ferrari (presidente do Simepar) e Carlos Roberto Goytacaz
Rocha (presidente do CRM-PR)
Valor das consultas passa para R$ 70 em todo o estado do Paraná, podendo chegar a R$ 80 com o preenchimento de um formulário
epidemiológico
Após dois meses de negociações entre o Conselho de Medicina (CRM-PR), a Associação Médica (AMP) e o Sindicato dos Médicos
do Paraná (Simepar) com a Fundação Copel de Assistência e Seguridade Social por reajustes de honorários dos cerca de 7 mil
médicos conveniados, as quatro entidades firmaram acordo no dia 17 de janeiro de 2012.
De acordo com o termo de compromisso, o valor das consultas médicas terá um aumento de 51%, de R$ 53 para R$ 70, passando
a aplicar a 5.ª edição da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) até julho de 2013, quando
adotará a 6.ª edição. Além disso, ficou definido que os valores terão reajuste anual de acordo com o estabelecido pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
"A classe médica se sente valorizada com esse acordo e esperamos que ele possa representar uma tendência de relacionamento
com outras operadoras", comenta o presidente da AMP, João Carlos Gonçalves Baracho, durante coletiva de imprensa realizada
na tarde do dia 17. Ele também elenca alguns elementos importantes do acordo: "o reajuste anual pelo INPC, aplicação da CBHPM
e o cuidado gerencial em relação aos pagamentos dos médicos, que em média têm 60 dias de defasagem, agora têm a possibilidade
de serem mais ágeis".
Entre os objetivos da Fundação Copel está melhorar o relacionamento com os médicos, garantindo a satisfação dos profissionais
e o bom atendimento dos mais de 40 mil beneficiários. "Estamos convictos de que estamos começando uma nova relação entre a
Fundação Copel e a classe médica, tendo em vista a preocupação com a qualidade de vida dos nossos beneficiários", pondera
o presidente da Fundação Copel de Previdência e Assistência Social, Helio José Pizzatto.
O foco é a prevenção. "Enxergamos o plano de saúde como uma extensão do RH e queremos reverter a visão atual que se tem
dele como vilão", explica o Diretor de Administração e Seguridade da Fundação Copel, Antônio Sergio de Souza Guetter. A entidade
também passará a solicitar aos médicos o preenchimento de um formulário epidemiológico do paciente após a consulta, com o
objetivo de promover campanhas de conscientização e prevenção de acordo com os dados recolhidos, baseando as ações nas doenças
e problemas de saúde com maior índice de ocorrência. O preenchimento do formulário acarretará um ganho extra de R$ 10 para
o médico, totalizando R$ 80 por consulta.
"A medicina hoje está mais resolutiva, mas também se tornou mais cara. O médico trata doença quando deveria estar tratando
a saúde, daí a necessidade de políticas de prevenção. E esse entrosamento entre médicos e operadoras é muito importante na
solução dos problemas", comenta o Presidente do Conselho de Medicina do Paraná Carlos Roberto Goytacaz Rocha. "Dentro desse
tema, muito importante lembrar o caráter sigiloso da relação médico paciente, por isso o formulário epidemiológico deverá
ser enviado sem o nome do paciente ou com expressa autorização dele por meio da assinatura do documento", explica, Carlos
Roberto Goytacaz Rocha.
Ainda de acordo com o termo de compromisso, a AMP, através de suas Sociedades de Especialidades, cria o Programa de Auxílio
às Câmaras Técnicas de Operadoras de Saúde, que estará a postos para esclarecer dúvidas relativas à atuação dos médicos dos
planos por meio da elaboração de pareceres.
A Fundação Copel explicou, ainda, que o aumento do valor pago pelas consultas não implicará em aumento nas mensalidades
dos beneficiários. "Nós faremos um redirecionamento de recursos, investindo em prevenção, sem afetar as mensalidades pagas
pelos funcionários, dependentes e pensionistas da Fundação", esclarece Antônio Sergio de Souza Guetter.
Movimento Médico
O acordo com a Fundação Copel é resultado do movimento médico, que vem lutando pela valorização profissional e a correta
remuneração por parte dos planos de saúde. Este é o primeiro acordo assinado com uma operadora de saúde suplementar desde
2005, sendo ele de abrangência estadual e com valores mais altos que os praticados no restante do país. Como forma de protestar
e chamar a atenção da sociedade para o movimento, a classe médica se reuniu no dia
href="https://www.crmpr.org.br/lista_ver_noticia.php?id=4366" target="_blank">7 de abril de 2011, suspendendo consultas
e exames eletivos, e no dia
href="https://www.crmpr.org.br/lista_ver_noticia.php?id=4911" target="_blank">25 de outubro, sem paralisação de atividades.