Casados há 17 anos e filhos de médicos pioneiros de Marialva, Dra. Leticia A. Funari Ferri (CRM-PR 18.722) e Dr. Mauricio
Beller Ferri (18.434) conciliam objetivos profissionais e vida pessoal
clique para ampliarDrs. Mauricio e Leticia Ferri, com a filha Valentina, em viagem à China em
março deste ano (Foto: Arquivo pessoal)
Nascidos em famílias com fortes laços por meio
da Medicina, a endocrinologista Letícia de Araujo Funari Ferri (CRM-PR 18.722) e o intensivista Mauricio Beller Ferri
(CRM-PR 18.434) trilharam caminhos muito parecidos desde a infância, na cidade de Marialva, até ocuparem suas
posições atuais em uma empresa multinacional do ramo farmacêutico, na cidade de Princeton, Nova Jersey,
Estados Unidos.Integrantes de uma geração
de profissionais conhecida como dual career family – famílias em que o trabalho e as aspirações
de carreira são perseguidos de forma conjunta pelo casal – eles dividem uma trajetória de experiências
dentro e fora do Brasil, sempre em busca de um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.Formada pela Universidade São Francisco, na cidade de Bragança
Paulista, em 1999, a Dra. Leticia é filha do Dr. João Batista Samuel Funari (CRM-PR 2.755), médico do
trabalho e um dos fundadores do Hospital Metropolitano de Sarandi, instituição filantrópica que oferece
atendimento de alta complexidade na região Noroeste do Paraná por meio do Sistema Único de Saúde
(SUS). Seu marido, o médico
Mauricio Ferri, formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 2001, também é filho de um dos
fundadores do mesmo hospital, o Dr. Carlos Alberto Ferri (CRM-PR 3.300). Suas lembranças de infância são
compartilhadas com as de sua esposa. "Nossos pais sempre trabalharam juntos, nossas famílias se conheciam muito bem",
conta. "Nascemos no mesmo ano, fomos para a mesma escola desde o maternal até a oitava série."Influência profissional
Ainda
criança, Dra. Leticia conheceu aquele que seria seu futuro marido na época em que o pai e o atual sogro construíam
o hospital em que trabalhariam ao longo de suas carreiras, na década de 1970. “O exemplo que tivemos com nossos
pais influencia muito no que fazemos até hoje. Víamos o engajamento que eles tinham com a comunidade, a responsabilidade
com os pacientes”, conta a médica.
clique para ampliarDra. Leticia e sua filha estiveram em Curitiba
no último dia 13 de outubro, para o Jubileu de Ouro do Dr. Samuel Funari (Foto: CRM-PR)
Em outubro deste ano, a endocrinologista esteve em Curitiba
acompanhada da filha, Valentina, para fazerem a entrega do Diploma de Mérito Ético-Profissional ao pai dela,
Dr. João Batista Samuel Funari, pelos 50 anos ininterruptos de exercício da Medicina cumpridos de forma exemplar.
A cerimônia foi realizada pelo CRM-PR na Universidade Positivo. “Ficamos no Brasil apenas três dias, mas
valeu muito; foi um momento emocionante, muito acima da minha expectativa”, ela relata.
O pai do Dr. Mauricio, o Dr. Carlos Ferri, em breve também completará
50 anos de carreira (formou-se em 1972 pela UFPR). O intensivista relata que seu pai, ainda hoje, aos 74 anos, trabalha diariamente.
De fato, a família Ferri tem tradição em longevidade. O Dr. Arlindo Pedrinho Ferri (CRM-PR 889), irmão
de Dr. Carlos e tio do Dr. Mauricio, também recebeu o diploma pelo Jubileu de Ouro, em 2007. Aos 88 anos, ele é
reconhecido na comunidade de Marialva, cidade em que exerceu a profissão ao longo de muitas décadas, por sua
dedicação à Medicina e aos seus pacientes.
Destinos traçados
Após uma infância em
comum, a convivência diária entre a Dra. Leticia e o Dr. Mauricio foi interrompida quando este, já adolescente,
mudou-se com a família para Brasília. Seu pai, Dr. Carlos Ferri, havia aceitado um convite para trabalhar no
Ministério da Saúde. Logo depois, o jovem morou nos Estados Unidos para completar o ensino médio, retornando
ao Brasil para fazer vestibular.
clique para ampliarFamílias Ferri e Funari são formadas
por pioneiros da Medicina na cidade de Marialva (Foto: Arquivo pessoal)
Nessa época, a Dra. Leticia já estava
cursando Medicina no interior de São Paulo. Como as famílias continuaram em Marialva, eles mantiveram o contato.
"Nas férias, sempre ia para o hospital com meu pai e o Mauricio também", ela conta. O namoro entre eles finalmente
começou quando a Dra. Leticia estava na residência de Clínica Médica e o Dr. Mauricio no último
ano de faculdade.
Desde então, o
casal tem desenvolvido suas carreiras conciliando-as à medida do possível. “Sempre que um de nós
precisava mudar, o outro encaixava alguma outra coisa”, conta a médica. Assim, a Dra. Leticia fez residência
em Endocrinologia e mestrado em farmacologia em Maringá, enquanto o Dr. Mauricio fazia residência de Clínica
Médica na mesma cidade.
Pouco depois
de se casarem, em 2002, uma nova mudança os levou até São Paulo. Ele, para uma residência em Terapia
Intensiva no Hospital Albert Einstein. Ela, para se dedicar a um doutorado no Instituto do Coração (Incor).
Primeira parada: Canadá
Após
terminar a residência em São Paulo, Dr. Mauricio foi aceito para fazer um fellowship na Universidade
de Toronto, no Canadá. Nesse período, sua esposa estava terminando a fase de coleta de dados para o doutorado,
o que permitiu que ela fosse junto com ele e, algum tempo depois, também iniciar um mestrado em epidemiologia clínica
na mesma instituição.
clique para ampliarPrimeira e única filha do casal, Valentina
nasceu no Canadá, pouco antes de a família retornar ao Brasil (Foto: Arquivo pessoal)
Nessa época, o casal teve sua primeira e única
filha, Valentina, hoje com 11 anos. Com a primogênita ainda bebê, a família retornou ao Brasil. O Dr. Mauricio
foi trabalhar na terapia intensiva do Albert Einstein e a Dra. Leticia voltou para o Incor, para atuar no serviço de
diabetes e coração. Foram necessários poucos meses para que ambos entendessem que seus futuros já
não estavam mais no Brasil.
A expectativa
de progressão nas carreiras e a qualidade de vida, principalmente com uma criança pequena, foram determinantes
para que tanto Dr. Mauricio como Dra. Leticia voltassem a buscar oportunidades no exterior. “Naquela época, decidimos
que quem conseguisse alguma coisa primeiro, o outro acompanharia”, lembra a endocrinologista.
Como o destino nem sempre respeita planos, na mesma semana em que
o Dr. Mauricio estava em Calgary, no Canadá, fazendo entrevista para um mestrado na área de pesquisa em serviços
de saúde, sua esposa começou a trabalhar na filial brasileira da companhia em que ambos estão atualmente.
Após algumas conversas e um novo processo seletivo, a médica conseguiu ser contratada localmente pela afiliada
canadense da empresa.
Mudança
para os EUA
clique para ampliarDr. Mauricio é homenageado na Universidade
de Oxford por trabalho na África contra o ebola (Foto: Arquivo pessoal)
A família Ferri residiu durante três anos
em Calgary, uma das maiores cidades do Canadá, até a transferência da Dra. Leticia, em 2013, para a sede
global da empresa, em Princeton, Nova Jersey, nos Estados Unidos, onde trabalharia em um cargo de direção médica
global de lançamento para produtos de diabetes.
Depois de algum tempo tentando conciliar a ponte aérea Nova Jersey – Calgary, onde continuava ligado
à rede de serviços de saúde da província de Alberta, o Dr. Mauricio teve a oportunidade de atuar
como voluntário da Organização Mundial da Saúde (OMS) na costa Oeste da África.
O intensivista paranaense fez parte de um dos primeiros
times da OMS a desembarcar em Kenema, Serra Leoa, um dos epicentros da epidemia do ebola, em 2014. Após o término
da missão no Kenema Government Hospital, ele continuou ligado à OMS e participou de outras missões
relacionadas ao ebola na sede central, em Genebra, na Suíça, e por todo o mundo.
clique
para ampliarFormatura da Dra. Leticia em MBA executivo na Universidade de
Cornell, nos Estados Unidos (Foto: Arquivo pessoal)
Atualmente, tanto a Dra. Leticia como Dr. Mauricio trabalham
na mesma empresa. Após muitos anos atuando no departamento médico, ela aceitou um novo desafio, logo após
a conclusão do MBA executivo na Universidade
de Cornell, tornando-se líder para a diversidade
e inclusão de latinos. Já o Dr. Mauricio atua como cientista no departamento médico na área cardiovascular.
Assim, a família estabeleceu-se nos últimos
sete anos em Princeton, Nova Jersey, cidade da qual não pretendem se mudar tão cedo. “Apesar de tudo isso
que se vê nas notícias, nossa experiência aqui é muito positiva, as pessoas são muito receptivas.
Claro que existe um esforço, precisamos nos tornar mais abertos a novas amizades, ao diferente”, pondera a médica.
Passado x Futuro
Tendo
passado por diversos cargos e diferentes cidades e países ao longo das últimas duas décadas, o casal
faz um balanço positivo de todas as experiências vividas. “Hoje, olhando para trás, vemos que deu
tudo muito certo, mesmo existindo momentos em que não sabíamos direito o que aconteceria. Aceitamos o risco
com a confiança de que daríamos o melhor de nós”, avalia Dra. Leticia.
clique para ampliarDrs. Mauricio e Leticia ainda crianças, na cidade de Marialva, no ano de
1977 (Foto: Arquivo pessoal)
Mesmo com planos de carreiras não necessariamente
convencionais, partindo da atuação médica para o trabalho na área científica, o Dr. Mauricio
destaca a coerência do caminho percorrido. “A história faz sentido se você pensa em princípios,
objetivos mais altos. As atividades mudaram, mas os princípios se mantêm os mesmos”, afirma, acrescentando:
“Podemos ver claramente que as coisas que fazemos hoje têm um impacto global em muitos pacientes que podem se
beneficiar das nossas ações.”Dessa
forma, o trabalho que um médico pode desenvolver vai muito além daquilo que os dois jovens de Marialva poderiam
vislumbrar nos anos de faculdade ou mesmo quando ainda frequentavam o hospital de seus pais apenas para brincar. “Conforme
você vai ganhando experiência, você vê que um médico tem muito mais oportunidades de atuação
do que apenas uma licença médica”, sintetiza o paranaense.Cidade de origem
Apesar de terem nascido na cidade de Maringá,
a cerca de 20 quilômetros de Marialva, tanto o Dr. Mauricio quanto a Dra. Leticia têm suas raízes nesta
última, onde passaram a infância e parte da juventude. Conhecida como a capital da uva fina, Marialva possui
uma população de aproximadamente 35 mil habitantes, sendo vizinha também aos municípios de Sarandi
e Mandaguari. Médicos Paranaenses
pelo Mundo
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