A nova cúpula diretiva do Tribunal de Justiça do Paraná foi empossada na tarde de quarta-feira (1.º), em solenidade na sede da Corte, no Centro Cívico, em Curitiba. O desembargador Renato Braga Bettega, que vinha respondendo pela vice-presidência na última, foi eleito para presidir o TJ no período de 2017/2018, sucedendo ao par Paulo Roberto Vasconcelos. Compõem ainda o quadro diretor os desembargadores Arquelau Araújo Ribas (1ª vice-presidência), Lídia Matiko Maejima (2ª vice), Rogério Luis Nielsen Kanayama (corregedoria-geral da Justiça), Mario Helton Jorge (Corregedoria) e Lenice Bodstein (ouvidoria-geral).

O presidente do CRM-PR, Wilmar Mendonça Guimarães, dirigiu cumprimentos ao novo presidente do Tribunal, em nome da classe médica paranaense, também desejando que a nova mesa diretiva tenha “uma gestão profícua e atenta aos anseios da sociedade como instrumento efetivo de justiça, de equidade, presteza e promoção da paz social”. No ofício encaminhado ao TJ-PR, o presidente do Conselho destaca a trajetória do magistrado e seus laços familiares com grande representatividade na elevação do bom nome da Medicina e dos que a exercem, eis que o pai, dois irmãos, sobrinhos e tios tiveram ou têm destacada atuação na profissão.

Wilmar Mendonça Guimarães destaca a importância da integração de instituições como o Conselho de Medicina, o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Ordem dos Advogados, possibilitando à sociedade o pleno exercício de seus direitos, em especial os concernentes à atenção à saúde e à vida. Ao destacar a proximidade do CRM com o Judiciário, em especial no constantes debates no que se refere à chamada judicialização da saúde e também das perícias médicas, o presidente do Conselho enalteceu a coordenação do 1º Fórum de Judicialização da Saúde, realizado em maio de 2015, quando no exercício da presidência do TJ. Wilmar Guimarães também cumprimentou o des. Paulo Roberto Vasconcelos pela gestão de importante alcance dos propósitos do Judiciário.

Relação com a Medicina

O desembargador Renato Braga Bettega é filho do eminente médico e professor Dr. João Luiz Bettega (CRM 525), um dos fundadores da Sociedade Paranaense de Tisiologia e Doenças Torácicas, também pioneiro da Anestesiologia no Estado e grande propagador de campanhas profiláticas e em especial na prevenção de doenças pulmonares. O centenário de nascimento do Dr. João Bettega foi lembrado em maio do ano passado. Ele se formou em 1938 na Universidade Federal do Paraná, tendo nove anos depois assumido a direção geral do então Sanatório Médico Cirúrgico do Portão, cargo que exerceu até 1968, onde ganhou mais renome com as cirurgias pulmonares. O Sanatório evoluiu para o atual Hospital do Trabalhador, cujo auditório foi batizado com seu nome, “honrando suas pesquisas na cátedra que teve na UFPR, de Pneumologia, de onde se aposentou em 1981”, como se referiu o jornalista Aroldo Murá em seu blog esta semana. Em 1989, o médico foi distinguido pelo CRM-PR com o Diploma de Mérito Ético-Profissional, honraria 'dirigida aos que completam 50 anos de formado com histórico exemplar. Ele faleceu na década de 90.

A esposa do Dr. João Bettega e mãe do novo presidente do TJ, D. Ruth de Mello Braga Bettega, faleceu ainda jovem e era irmã caçula do também médico pediatra Dr. Homero de Mello Braga (CRM 632), autor de livros sobre puericultura e de crônicas cotidianas publicadas no jornal Gazeta do Povo, falecido em 1992, e do deputado federal e depois senador Rubens de Mello Braga. Dos seis filhos do casal, dois seguiram os passos do Dr. João na Medicina: João Filho, formado em 1971 e já falecido, e José Carlos Braga Bettega, formado em 1988 e que também tem uma filha médica. Os irmãos João Ernani e Eloi Vicente Bettega, de outra ramificação da família, também tiveram destacado papel na Medicina, inclusive compondo a história do CRM-PR.

A título de curiosidade, o médico morou com a família por quase meio século na Rua da Paz, 407, área central de Curitiba, onde em 1953 foi concluído o projeto iniciado quatro anos antes pelo arquiteto Vilanova Artigas, mestre do modernismo no Brasil. A casa, que também serviu de consultório, é um dos poucos imóveis remanescentes da arquitetura de expressão modernista e foi tombada como patrimônio histórico e urbano de Curitiba e do Estado. Ganhou a denominação de “Residência Dr. João Luiz Bettega”.