20/07/2007
Em setembro, jovem prodígio ia começar doutorado nos EUA
Melhor aluna de sua turma de medicina na Universidade Federal de Santa Maria. Primeira colocada na residência em oncologia
do Hospital das Clínicas de Porto Alegre. Primeiro colocada em um concurso público para médica da prefeitura da capital gaúcha.
Uma das passageiras mortas dentro do avião da TAM, Lina Cassol, 28, era uma jovem prodígio. Neste ano, havia sido escolhida
pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica como uma das 20 profissionais mais destacadas em sua especialidade entre médicos
de países em desenvolvimento.
Com mestrado em tratamento de câncer de mama pela PUC-RS, em setembro iria para a Universidade de Michigan (EUA), onde
daria início à pesquisa para o doutorado. Seu noivo, que é urologista, também tinha conseguido um emprego nos EUA.
No sábado (14), ela esteve em São Sepé (RS), sua cidade natal, para se despedir de familiares que não podia visitar sempre.
"Ela era um exemplo", afirma a mãe, Gloria Cassol, 55. Lina ia a SP a trabalho. "Ela me disse que ia para São Paulo na
quarta. Por algum problema, talvez por medo de não chegar a tempo, de se atrasar, ela acabou antecipando", diz a mãe.
"Tudo o que ela queria, ela conseguia", conta o irmão, Daniel Cassol, 25, que estava ontem no Instituto Médico Legal de
SP para viabilizar a ida do corpo de Lina de volta para o RS. Ela foi reconhecida graças a um anel e um colar que usava.
"Minha filha aproveitou a vida em sua plenitude. Ela era tudo para mim. Não sei o que vai ser agora", diz Gloria.
Fonte: Folha de São Paulo