03/08/2018

Em entrevista, conselheiro fala sobre a Síndrome de Burnout

Dr. Marco Antônio Bessa explicou algumas das causas desse problema, seus sintomas e como evitá-lo, em sua participação no programa Assembleia Entrevista

Em participação no programa Assembleia Entrevista, o médico psiquiatra e coordenador da Câmara Técnica de Psiquiatria do CRM-PR, Dr. Marco Antonio do Socorro Marques Ribeiro Bessa, falou sobre a Síndrome de Burnout. Ao longo da conversa, ele explicou algumas das causas desse problema, seus sintomas e como evitá-lo.

O Burnout é caracterizado por um esgotamento físico e emocional decorrente do trabalho excessivo e, segundo o médico, diretamente relacionado às mudanças nas relações sociais e de trabalho do século XXI. Hoje, por exemplo, há muito mais pressão e exigências dentro das empresas, não apenas por um trabalho bem feito, mas pela atualização constante dos funcionários em relação a novas técnicas e áreas de atuação.

De acordo com o doutor, outro problema se relaciona aos avanços na comunicação: as pessoas estão disponíveis 24h por dia, os funcionários podem ser solicitados a qualquer momento. Isso, somado às cargas horárias maiores e o medo do desemprego, acaba resultando em Burnout. “Nós somos seres humanos, não máquinas, nossa energia se esgota”, diz.

Também destaca que, além do esgotamento físico e emocional, outros sintomas perceptíveis são a sensação de distanciamento do trabalho, irritação ou indiferença em relação aos outros e a sensação de ineficiência e incapacidade - o pode levar ao desenvolvimento de depressão, ansiedade e até mesmo ao uso de drogas.

Ironicamente, os efeitos que as exigências desmedidas geram nas pessoas, acabam tendo impacto justamente na produtividade das empresas, visto que o estresse e uma saúde debilitada afetam nossas habilidades cognitivas, como explica o Dr. Marco Antônio Bessa. “As empresas têm que entender que o período de descanso é essencial, é um momento necessário para a manutenção da saúde”, afirma. “E a saúde é indispensável para a capacidade da pessoa manter o trabalho”.

Para resolver o problema, ele aponta que seria necessária uma mudança geral de perspectiva dos trabalhadores e dos empregadores. Porém, há também maneiras de se manter uma vida mais equilibrada mesmo dentro desse contexto. Ter uma boa qualidade de sono, fazer atividades físicas regularmente (mesmo que sejam caminhadas curtas), manter uma boa alimentação e reservar momentos de lazer e convivência social, são alguns dos pontos essenciais que o médico recomenda para que se evite o esgotamento.

Confira a entrevista na íntegra no vídeo abaixo:

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