Enfrentamento da doença foi tema de reunião realizada na tarde desta quarta-feira, 29 de julho, que incluiu representantes
do CFM e regionais, além da AMB
“Qual a melhor forma de nos comunicarmos com os médicos que estão na linha frente no combate ao novo
coronavírus?”
A desafiadora pergunta foi lançada pelo ministro interino da Saúde,
general Eduardo Pazuello, durante teleconferência realizada nesta quarta-feira (29) com as principais lideranças
médicas do país. Durante o encontro, que também contou com a participação da ministra dos
Direitos Humanos, Damares Alves, representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Associação Médica
Brasileira (AMB) e dos 27 Conselhos Regionais de Medicina discutiram estratégias de enfrentamento à Covid-19
e apresentaram aos gestores as principais ações e preocupações da categoria.
Ao apresentarem sugestões sobre como alcançar e orientar os médicos brasileiros com as informações
mais recentes e relevantes sobre o combate à Covid-19, as lideranças destacaram a importância do uso das
redes sociais oficiais para disseminar conteúdo de qualidade aos profissionais. Além de se colocarem à
disposição para colaborar com as ações do Governo brasileiro, os representantes do CFM, CRMs e
AMB ressaltaram ainda a participação dos Conselhos Nacionais de Secretários de Saúde (Conass)
e Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) nessa estratégia.
“Esse encontro foi fundamental para aproximar as duas principais entidades médicas do País –
CFM e AMB – com o Ministério da Saúde. Com muita paciência e objetividade, o ministro Pazuello ouviu
as contribuições e reivindicações de todos os participantes. Estou certo de que, juntos, sairemos
vitoriosos dessa batalha contra essa doença tão perversa”, declarou Mauro Ribeiro, presidente do CFM.
Por sua vez, o presidente da AMB, Lincoln Ferreira, ressaltou que “a qualificação, preparo e dedicação
dos médicos brasileiros já são reconhecidas mundialmente. E que neste momento de crise demonstram sua
capacidade e lealdade com seu juramento. Obrigado doutores, que fortalecem a relação médico-paciente
e que mesmo em locais sem todas as condições atuam de forma exemplar para conseguirem minimizar o sofrimento
e curar os infectados.”
Gabinete de Crise
Durante a conferência, o ministro Eduardo Pazuello também
detalhou o trabalho realizado pela Pasta no enfrentamento da pandemia e se mostrou aberto ao diálogo com as entidades
médicas para fortalecer o cerco contra o novo coronavírus. Na ocasião, ele abriu a possibilidade para
se reunir com os representantes dos médicos com maior regularidade e adiantou ser oportuna a participação
do CFM e da AMB no Gabinete de Crise para enfrentamento da COVID-19 no Sistema Único de Saúde (SUS).
Criado em maio, o grupo reúne membros do Ministério da Saúde, Conass, Conasems e Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil. O Gabinete de Crise é o fórum de discussões estratégicas
para alinhar e decidir ações de monitoramento e mitigação da pandemia no SUS. As reuniões
acontecem na sede do Ministério semanalmente para responder às demandas da pandemia, de forma célere
e integrada.
Pontos de pauta
Também participou do encontro Raphael Câmara, conselheiro federal
de medicina que recentemente assumiu o cargo de secretário Nacional de Atenção Básica, um dos
mais importantes dentro da estrutura do Ministério, responsável pela coordenação de atividades
de promoção, prevenção e cuidados em saúde em níveis de menor complexidade na assistência.
Na oportunidade, os líderes da classe também fizeram um balanço das ações empreendidas
no enfrentamento da pandemia nos Estados e levaram aos gestores a preocupação dos médicos com temas como
a oferta de equipamentos de proteção individual (EPIs), a contratação de médicos com diplomas
não revalidados, a implantação da carreira de estado, além da aplicação de protocolos
e diretrizes de tratamento dos pacientes.
Sobre a possibilidade de tratamento farmacológico da Covid-19, o presidente do CFM reiterou o entendimento expresso
no Parecer nº 04/2020, referente ao tratamento dos pacientes com diagnóstico confirmado. “Não existem,
até o momento, evidências robustas de alta qualidade que possibilitem a indicação de uma terapia
farmacológica específica para essa doença. Por isso, em todas as situações deve prevalecer
a autonomia do médico e do paciente”, enfatizou.
Fonte: CFM