07/12/2010
Em Aracaju, tem início Fórum Nacional de Entidades Médicas
Com um chamado à integração do movimento médico, teve início nesta quarta-feira (8), em Aracaju (SE), o Fórum Nacional de
Entidades Médicas, que pretende ser um espaço de reflexão e debates sobre importantes temas para o futuro da Medicina e da
saúde no país. Diante de um auditório repleto, os presidentes da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz Gomes do Amaral;
do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d Avila; da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes; e
da Federação Brasileira das Academias de Medicina (FBAM), José Leite Saraiva; além do representante da Associação Nacional
dos Médicos Residentes (ANMR), Nivio Lemos Moreira Júnior; ressaltaram a preocupação da categoria com o bem estar do individuo
e da coletividade e a importância de se buscar uma via única, sem contudo perder a identidade de cada um dos grupos que representam.
"O objetivo deste fórum é colaborarmos para a construção de consensos possíveis, sem a imposição de decisões", ressaltou
o presidente do CFM, uma das entidades organizadoras do encontro. Para ele, é preciso avaliar os argumentos favoráveis e contrários
a cada uma das teses apresentadas para buscar o melhor posicionamento diante dos temas. O fórum e outras reuniões que aconteceram
ao longo de 2010 valorizam o dialogo entre os representantes do movimento médico e fortalecem a presença das entidades no
momento de atuar junto aos tomadores de decisão, lembra o Roberto Luiz d Avila.
O presidente da AMB também elogiou a realização do fórum: "Estamos em busca de objetivos comuns em nome de um interesse
maior que é a saúde das pessoas as quais assistimos". Cid Carvalhaes, em nome da Fenam, ainda ressaltou o cuidado que os
líderes têm tido neste momento em preservar a individualidade, o perfil, as características de cada entidade. "Podemos ter
nossas diferenças na forma de ver as questões, mas o que queremos é o fortalecimento maior e consistente das entidades medica
no debate sobre os rumos da saúde brasileira".
Ao saudar os participantes em nome da Federação Brasileira de Academias de Medicina, José Saraiva, ressaltou o esforço
de integração, do qual a FBAM é partidária e colaboradora. Já Nivio Lemos lembrou o compromisso da ANMR com os parceiros (as
outras entidades) ao participar e contribuir para a melhora do exercício da Medicina e da oferta da assistência à população,
tanto no setor público quanto no privado.
Programação - O Fórum Nacional de Entidades Medicas termina na sexta-feira (10). Ao longo dos próximos dias, os
cerca de 300 representantes de conselhos, sindicatos, associações e sociedades de especialidade de todo o país discutirão
uma pauta que inclui três temas centrais: a recertificação do título de especialista/área de atuação; os modelos de gestão
dos serviços públicos de saúde; e o exame de final de curso para os egressos de medicina.
Hoje, primeiro dia de atividades, os participantes se dedicaram à análise dos vários aspectos relacionados à recertificação
dos títulos de especialista. Como expositores encarregados de apresentar o tema à platéia ficaram o 3º vice-presidente do
CFM, Emanuel Fortes, e o secretario Geral da AMB, Aldemir Humberto Soares. Após as explanações, será conduzido um debate
no qual todos os inscritos poderão se posicionar.
Em síntese, a recertificação trata de aspectos ligados a Resolução CFM 1.772/2005, pela qual os títulos de especialista
e os certificados de área de atuação obtidos a partir de 1º de janeiro de 2006 passam a ter validade de cinco anos. Com a
proximidade do fim do primeiro ciclo obrigatório de recertificação do título de especialista e dos certificados de área de
atuação, cresce o interesse em torno do assunto.
Pela proposta inicial, os primeiros Certificados de Atualização Profissional (CAP) começarão a ser emitidos a partir de
2011. No entanto, muitos médicos que obtiveram o documento que comprova a especialização a partir de 2006 ainda não se inscreveram
no processo obrigatório de atualização. Para os médicos cuja titulação de especialista tenha sido emitida antes desta data
pelas sociedades de especialidade, pela Associação Médica Brasileira (AMB) e ainda pela Comissão Nacional de Residência Médica
(CNRM) do Ministério da Educação, a participação é opcional.
Para recertificar-se, o médico deve acumular, em cinco anos, 100 pontos. A pontuação é obtida por meio da participação
em eventos presenciais (congressos, jornadas, encontros, fóruns, simpósios e cursos), eventos à distância (atividades de educação
médica continuada) e atividades científicas (mestrado, doutorado ou livre-docência na especialidade; tema livre ou pôster;
eventos realizados no exterior; coordenação de programa de residência médica; edição completa ou capítulo de livro nacional
ou internacional e artigos publicados em revista médica). Todos os eventos devem estar cadastrados e pontuados pela CNA.
No debate a ser realizado em Aracaju, pretende-se aprofundar a reflexão acerca de cada dessas modalidades, avaliando-se
os prós e os contras que elas agregam. Uma das preocupações fundamentais das discussões será sobre a forma de inserção do
profissional médico nos diferentes modelos, tendo como meta eliminar a chamada precarização do trabalho na área, o que traz
prejuízos para a sociedade como todo.
Fonte: CFM