17/11/2021
Dois anos após se formar, o médico seguiu para São Bento do Sul para trabalhar em três hospitais da região e contribuiu para o desenvolvimento e indicadores sociais e de saúde; completou o Jubileu de Ouro este ano
O Dr. Luiz José Arns (CRM-PR 3.016) foi um dos médicos homenageados este ano pelo Conselho de Medicina do Paraná, na passagem dos 50 anos de formado com histórico exemplar. Formado em dezembro de 1971 pela Católica do Paraná, da qual seu pai foi reitor por muitos anos, o Dr. Luiz José concentrou quase toda a sua carreira profissional na divisa do Paraná com Santa Catarina. Descende de família tradicional nos campos do voluntariado e da Medicina, sendo sobrinho da saudosa Dra. Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral da Criança, e irmão do senador Flávio José Arns, com trajetória de defesa das Apaes e causas sociais.
Registrado no Conselho do Paraná nos primeiros dias de janeiro de 1972, ele atuou na capital paranaense por quase dois anos até aceitar o convite para atuar no interior. No dia 6 de novembro de 1974, aos 26 anos de idade, ele chegava a São Bento do Sul, divisa com os municípios paranaenses Rio Negro e Piên, com o desafio de ser anestesista de três hospitais da região – São Bento, Campo Alegre e Rio Negrinho, todos do lado catarinense. E por ali dedicou boa parte de sua carreira profissional, contribuindo para o desenvolvimento da região e fazendo parte da história de São Bento.
O Dr. Luiz José, em uma entrevista que concedeu há alguns anos ao jornal A Gazeta, de São Bento do Sul, recordou ter sido muito bem recebido pela comunidade, em especial pelos médicos mais experientes que ali atuavam, os Drs. Hans Kechele, Antonio Figueiredo, Genésio Tureck e Valdemar Dias. “Como de costume na época, os médicos eram recebidos pelos prefeitos. Fui recepcionado também por Osvaldo Zipperer, na cidade que até então tinha 18 mil habitantes. Já em Campo Alegre fui recebido por dois médicos, os Drs. Karl Dudda e Belisário Vasquez”, relata.
Olhando para aquele período, diz que enfrentou muitas dificuldades no início, por causa das limitações existentes para a melhor prática do ofício. “A prática da medicina era generalista, não existiam pediatras, ortopedistas e as outras especialidades atuais. Naquela época não existiam a ultrassonografia, a tomografia e a ressonância. A medicina era muito mais clínica; e poucos exames complementares auxiliavam no diagnóstico e na terapêutica”, diz, sem deixar de lembrar que não existiam computadores na cidade.
O Dr. Luiz José Arns recorda com carinho de uma conversa que teve com Pedro Cominese, antigo médico da cidade, após estar atuando havia dois anos em São Bento. “Comentei com o Dr. Cominese que nós éramos dez médicos na cidade, e ele me perguntou se existia trabalho para todos nós, já que ele sempre atuou sozinho”, relata, contextualizando o crescimento em um curto espaço de tempo do município cuja fundação data de setembro de 1873.
As dificuldades com locomoção no período eram outro sério problema, como ele recorda: “Não existia asfalto até a BR. Era tudo estrada de chão e, para Joinville, o trânsito só era possível em dia de sol”. Entre as diversas memórias da época ele destaca a beleza do local onde funcionava o hospital em São Bento. “Não existia o prédio atual do hospital, apenas o antigo, e no local do prédio existia um jardim de rosas”, conta.
Depois de um ano e meio atuando apenas nos hospitais regionais, o Dr. Luiz Arns partiu para um novo desafio no município, que resultou no início da Climed. “A cidade demonstrava um crescimento vertiginoso, tanto populacional quanto empresarial, e novos desafios se apresentavam”, diz, referindo-se à clínica que dirige até hoje. Ao olhar para trás, o médico conta que só tem agradecimentos pela sua trajetória e resultados obtidos: “Sempre tentei unir duas formas de trabalhar, com a paixão pela profissão e o profissionalismo. Sou agradecido a todos que me incentivaram, aos grandes amigos e os empreendedores que colaboraram com o crescimento de São Bento do Sul. Em todos estes anos, grandes amizades foram construídas; esta é uma cidade única, que me acolheu de forma fantástica”.
Residindo em Curitiba, o Dr. Luiz José Arns, que tem título de especialista em Medicina do Trabalho, esteve no Conselho de Medicina às vésperas da solenidade do Dia do Médico, para receber o merecido Diploma de Mérito Ético-Profissional e o cristal simbolizando a Medicina. Estava acompanhado de três filhos dos quatro filhos: Marcos, Andrea e Fabiano (Vanessa, outra filha, mora nos Estados Unidos). Nenhum deles seguiu seus passos na Medicina.
O Dr. Luiz José é o filho do meio do ex-reitor da PUCPR, Osvaldo Arns, que fez seus estudos humanísticos na Alemanha e presidiu a Sociedade Teuto-Brasileira, mantenedora do Instituto Göthe. Marilena Arns era a filha mais velha de Osvaldo e Terezinha Mohr. Da numerosa família Arns, procedente de Santa Catarina, muitos descendentes seguiram a profissão médica, como os Drs. Clóvis Arns Cunha, Mariane Arns e Nelson Arns Neumann, este filho da Dra. Zilda, tia do Dr. Luiz José.