Especialista orienta as pessoas a serem protagonistas do cuidado para que o cenário não se agrave devido ao relaxamento, lembrando
que todos têm responsabilidade na hora de proteger a si mesmos e ao próximo
O cenário atual da pandemia da Covid-19, mesmo com números em queda, é preocupante pelo número
expressivo de casos ativos em Curitiba. Além das novas variantes, há circulação maior de pessoas
nas ruas com a flexibilização do funcionamento de atividades diversas. E a maior parte da população
não está completamente imunizada com a vacina. Soma-se a isso a aproximação dos feriados da Independência
do Brasil e de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais – padroeira da cidade de Curitiba – celebrados nos dias 7 e 8
de setembro, respectivamente. Ou seja, ainda não dá para relaxar.
Especialistas alertam para que a população evite comportamentos de risco relacionados à pandemia
porque, de acordo com as previsões, há um risco de agravamento para a segunda quinzena de setembro. A possibilidade
de aumento de casos está associada aos três fatores já citados: a circulação da variante
Delta, a cobertura insuficiente de pessoas vacinadas com esquemas completos e o relaxamento das medidas de proteção.
O feriado prolongado é convidativo para ir à praia, viajar para outros locais ou até mesmo aproveitar
os dias de descanso para realizar atividades prazerosas e de lazer. “Mas esse comportamento não pode nos impedir
de manter os cuidados necessários para evitar a contaminação. O feriado não pode ser considerado
os festejos da volta à normalidade. A epidemia de Covid-19 ainda não está controlada. Temos as novas
variantes circulando no Brasil e a imunização é insuficiente para descuidarmos das medidas de distanciamento
social”, afirma Moacir Pires Ramos, médico especialista em infectologia.
Ele afirma que muitas transmissões estão ocorrendo durante encontros familiares e com amigos, especialmente
durante as refeições com pessoas que não fazem parte do seu núcleo familiar, pois é necessário
retirar a máscara. “As refeições têm uma índole prazerosa, de relaxamento e intimidade.
O que leva as pessoas a se aproximarem mais ao redor de uma mesa e, quando há a ingestão de bebidas alcoólicas,
esta falta de cuidados se amplia”, explica.
Dicas para encontrar sem contaminar
O infectologista sugere que esses encontros durante refeições aconteçam “só em ambientes
abertos, com distanciamento, e que algumas regras continuem sendo cumpridas como não compartilhar copos e talheres,
só tirar a máscara no momento de se alimentar, evitar conversas ao comer e beber e colocar as pessoas que convivem
no dia a dia sentadas juntas e manter as mesas distantes umas das outras”, propõe.
Outra recomendação dele está relacionada ao uso de máscara mesmo ao ar livre. E uma utilização
correta da máscara facial cobrindo a boca e o nariz. “Estar ao ar livre não autoriza a estar sem máscara,
até porque nunca se sabe quem vai se aproximar de você em várias situações: correndo, andando
de bicicleta, pedindo uma informação, etc”. Ele também lembra de uma situação automática
para algumas pessoas que, quando encontram alguém conhecido, baixam a máscara para falar particularmente, especialmente
em ambientes abertos. “Distanciamento e uso de máscara cobrindo a boca e o nariz são medidas complementares
e sempre devem ser utilizadas em conjunto”, indica.
Estamos vivendo um período diferente, com novas rotinas e cuidados, mas a pandemia da Covid-19 continua e, mesmo
com a vacinação, esse cenário exige todos os cuidados possíveis. “É sabido que a
vacina não impede o contágio, nem a transmissão, mas diminui a possibilidade de adoecer e reduz as chances
de casos graves, internamentos e mortes. No entanto, não tem como prever como o vírus se comportará em
nosso organismo e no organismo daqueles que amamos. Por isso, enquanto a pandemia não estiver controlada, toda a população
vacinada deve seguir as medidas sanitárias para evitar a contaminação e a disseminação
do vírus e de suas variantes”, conclui Moacir Pires Ramos.