18/11/2007
Diabetes é considerada uma epidemia mundial
Com 6,2 milhões de diabéticos, o Brasil é o oitavo lugar no ranking mundial de portadores do diabetes tipo 2, causado por
fator hereditário, obesidade e falta de exercícios. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já considera o diabetes uma epidemia
mundial e para alertar a população sobre os riscos da doença foi lembrado quarta-feira o Dia Mundial do Diabetes.
O endocrinologista da Associação dos Diabéticos de Brasília, José Bernardo Peniche, disse que a maior ocorrência da doença
ainda é entre os adultos acima de 30 anos, mas que os "organismos internacionais têm se mostrado preocupados com o diabetes
tipo 2 em jovens, principalmente porque os índices de obesidade têm aumentado mundialmente".
"Nos Estados Unidos, onde os índices de obesidade são altamente elevados, o número de casos de diabetes que ocorre entre
jovens e adolescentes é tão alto que já é considerado quase como uma epidemia", acrescentou Peniche.
Em 2000, a OMS estimava que o número de diabéticos em todo o mundo era de 177 milhões de pessoas. Para 2025, a estimativa
é que esse número praticamente dobre e chegue a 350 milhões. No Brasil, estima-se o número de 12 milhões de pessoas com a
doença, em 2025.
Mudança
O médico e presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Ruy Lira, disse que o ponto mais importante
no controle à doença é a mudança comportamental e a adoção de hábitos de vida saudáveis.
"Se os indivíduos, e sobretudo aqueles com forte histórico familiar de diabetes, estabelecem uma boa alimentação, mantêm
o peso adequado, fazem atividade física adequada, eles diminuem sobremaneira o risco de desenvolvimento de diabetes ao longo
do tempo", avaliou o especialista que participa do XIII Congresso Latino Americano de Diabetes da Associação Latino Americana
de Diabetes (ALAD), em Cuba.
Lira afirmou que entre os sintomas da doença estão o aumento da sede e também da vontade de urinar, inclusive durante
a noite. Dependendo do grau da doença, pode ocorrer perda de peso. "São dados que chamam a atenção para o diagnóstico de diabetes
e evidentemente esses indivíduos devem ser rastreados."
O médico informou que o diabetes não tem cura, mas que hoje existem ferramentas para controlar a doença, evitando complicações
como alterações na circulação sanguínea, doenças coronarianas, insuficiência renal crônica, problemas de visão e dos nervos
ou até mesmo amputações de membros inferiores.
Ele acrescentou a importância de exames periódicos que servem para verificar se o paciente está respondendo ao tratamento
e se os medicamentos estão surtindo efeito satisfatório.
Além do diabetes tipo 2, causado por fator hereditário, há o diabetes tipo 1 desenvolvido quando o organismo deixa de
produzir insulina, ou produz em pequena quantidade, e a pessoa precisa de injeções diárias da substância para gastar o açúcar
do sangue.
Fonte: O Estado do Maranhão (MA)