10/10/2016
Apesar da data comemorativa, muitos meninos e meninas do Brasil são expostos a diferentes tipos de violência. No Pequeno Príncipe, as ocorrências aumentaram quase 50% nos últimos dez anos
O Dia das Crianças se aproxima. Apesar do clima de comemoração, muitos meninos e meninas de todo o Brasil estão expostos diariamente a inúmeros tipos de violência. O quadro se agrava ainda mais no período que compreende a primeira infância – a gestação, o parto e os seis primeiros anos de vida. Pensando nisso, a Semana Nacional de Prevenção da Violência na Primeira Infância é lembrada a partir do dia 9 de outubro.
Os casos de violência atendidos no Hospital Pequeno Príncipe cresceram quase 50% nos últimos dez anos. Cerca de 70% das vítimas têm até seis anos. De janeiro a agosto de 2016, das 324 ocorrências, 221 se deram na primeira infância.
A situação é preocupante. “Com as crianças menores, a violência é ainda pior, pois elas são mais frágeis e têm menos condições de se defender. Além disso, até os seis anos, os meninos e meninas estão construindo a sua subjetividade, sua identidade humana. Também é nessa fase que ocorre o crescimento físico, o desenvolvimento motor e da linguagem”, explica a psicóloga da instituição, Daniela Prestes.
Garantir o direito das crianças é responsabilidade de todos. Por isso, denunciar a violência é um dever da sociedade. Somente em 2015, mais de 80 mil ligações foram feitas no Disque-Denúncia brasileiro (Disque 100). Além desse número, a população ainda pode ligar para os telefones 156, da Prefeitura de Curitiba, e 181, Disque-Denúncia Estadual.
Cresce o número denúncias
Entre os meses de julho e agosto deste ano, as denúncias de violência contra crianças e adolescentes cresceram em 190%, segundo o Governo do Estado do Paraná.
De 14 de julho a 9 de agosto, foram feitas 138 denúncias pelo Disque 181, canal que recebe informações sobre suspeita de violência ou sobre violação de direitos contra crianças e adolescentes.
Tipos de violência
Existem diferentes tipos de violência. Todos eles causam sérias consequências nas crianças, como a redução da autoestima, limitações no desenvolvimento social, decréscimo no rendimento escolar e agressividade. Confira os principais:
Física – Uso da força física de forma intencional, deixando ou não marcas evidentes.
Abuso sexual – A criança ou o adolescente é usado como estimulação ou satisfação sexual. Pode acontecer das seguintes formas: exploração sexual (prática com fins comerciais), pornografia infantil, estupro e atos libidinosos.
Abuso psicológico – Agressão verbal constante, humilhação, ameaça, rejeição, desrespeito e discriminação visando à dominação.
Negligência – Falta de cuidados quanto às necessidades próprias da idade e condições de desenvolvimento. Pode ser de proteção, saúde, educação ou estrutural.
Fonte: Pequeno Príncipe