01/07/2021
Estudo da PUCPR aponta que método gera economia próxima de R$ 1 milhão a cada dois anos, reduz tempo médio de internação por paciente e aumenta a oferta de leitos
Estudo conduzido por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) apontou que utilizar a terapia antimicrobiana parenteral ambulatorial (OPAT, na sigla em inglês), quando possível, traz benefícios tanto para os pacientes quanto para os hospitais, com significativa economia financeira. O método também aumenta a oferta de leitos, o que em tempos de Covid-19 tem grande valia.
A OPAT consiste na desospitalização de pacientes, internados por diversos motivos, que estão estáveis, mas permanecem na instituição com o objetivo de tratar alguma infecção, para que concluam esse tratamento em casa ou, se necessário, retornem ao hospital apenas para receber a medicação
“Os pacientes internados em todas as especialidades e que estão clinicamente estáveis são avaliados diariamente pela equipe de OPAT. Quando seu perfil se enquadra para o processo de desospitalização, o paciente é orientado e direcionado para deixar o ambiente hospitalar e retornar aos seus lares e ao convívio familiar”, explica o infectologista Felipe Tuon, professor da Escola de Medicina da PUCPR, que participou do estudo.
O enfermo, então, recebe a medicação para autoministrá-la em sua própria casa ou retorna ao hospital somente para receber a aplicação dos medicamentos, dependendo de cada caso.
Os dados foram coletados entre junho de 2017 e maio de 2020, quando os pesquisadores acompanharam 225 pacientes do Hospital Universitário Cajuru (HUC), localizado em Curitiba (PR) e ligado à PUCPR. Os resultados, de acordo com Gustavo Loesch, um dos responsáveis pela pesquisa, indicaram uma economia próxima de R$ 1 milhão a cada dois anos, além de uma redução no risco de aquisição de novas infecções causadas por bactérias multirresistentes pelos pacientes.
Ainda, o tempo médio de internação por paciente reduziu de 33,5 para 15,7 dias, aumentando a oferta de leitos. Hoje, esses leitos poderiam ser destinados a pacientes com quadros graves de Covid-19.
As conclusões do estudo, intitulado “Cost minimization analysis of outpatient parenteral/oral antibiotic therapy at a trauma hospital: Public health system”, foram publicadas no periódico científico “Infection Control & Hospital Epidemiology”, da Cambridge University Press, editora da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
Planos futuros
Os pesquisadores pretendem expandir o modelo do estudo para outros hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Neste momento, estão sendo trabalhados outros artigos de aprofundamento a respeito do tema, para que tenhamos maior robustez na apresentação de nossa proposta para outros hospitais da rede pública”, diz Loesch.
Fonte: PUCPR