12/03/2009
Deputados querem barrar facilidade a diploma cubano
Deputados federais da bancada da saúde vão ingressar na Câmara com uma medida para barrar a intenção do governo de
facilitar a revalidação no Brasil de diplomas de medicina obtidos na Elam (Escola Latino-Americana de Medicina), de Cuba.
O grupo, liderado pelo primeiro secretário da Câmara, Rafael Guerra (PSDB-MG), vai apresentar um projeto de decreto
legislativo que, se aprovado, anula a portaria interministerial publicada no último dia 25.
A portaria, assinada pelos ministros José Gomes Temporão (Saúde) e Fernando Haddad (Educação), cria grupo para propor
medidas de "aperfeiçoamento e racionalização" do processo de revalidação dos diplomas, sendo que o "projeto piloto" terá como
"público-alvo inicial os alunos brasileiros formados em medicina na Elam".
Os brasileiros formados na instituição foram em sua maioria indicados por partidos políticos de esquerda, como o
PT e o PC do B, e por movimentos sociais.
O Conselho Federal de Medicina é contra o acordo Brasil-Cuba por entender que ele significa um privilégio à escola
cubana.
Um dos argumentos dos deputados é que a portaria fere a autonomia das universidades. A assessoria do Ministério da
Educação informou que a autonomia universitária está preservada, já que a adesão é espontânea.
A diretora do Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, mulher do ministro
Fernando Haddad, disse que a portaria se baseou em um acordo de cooperação mais amplo entre Brasil e Cuba, e não só a questão
da Elam.
Fonte: Publicado na Folha de S. Paulo.