14/10/2007

Denúncias contra médicos crescem 76% em SP

Denúncias contra médicos cresceram 76% em sete anos no Estado, mas só 1,72% (22) dos médicos considerados culpados perdeu o registro no período. A principal área denunciada é a cirurgia plástica.

Os dados constam de um estudo divulgado ontem pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). O conselho recebeu 19.135 denúncias em sete anos de 2.023 em 2000, o número subiu para 3.569 em 2006.

Segundo o Cremesp, a principal razão do aumento das denúncias é a proliferação de escolas de medicina de má qualidade. O Brasil tem 166 faculdades de medicina 31 no Estado e só perde para a Índia (222).

"A ausência de residência e a falta de atualização dos profissionais também contribuíram para o aumento", diz Henrique Gonçalves, presidente.

O tempo médio de tramitação de um processo no conselho é de quatro anos. "Sabemos que a sociedade merece uma resposta mais rápida, mas ainda é um tempo menor do que as esferas cível e penal levam."

As punições do Cremesp vão da advertência confidencial à cassação do registro. Mesmo após serem cassados pelo Cremesp, os profissionais podem entrar com recurso no Conselho Federal de Medicina.

De 2000 a 2006, 1.250 médicos sofreram alguma punição do conselho. Gonçalves explica que o Cremesp promove programas de educação e aplica provas voluntárias em recém formados para diminuir o número de reclamações.

"Temos um departamento que monitora casos de propaganda enganosa, em grande número relacionados a denúncias em cirurgia plástica", diz.

A publicidade irregular inclui exposição indevida de pacientes, divulgação de técnicas não reconhecidas e autopromoção.

As denúncias podem ser encaminhadas ao Cremesp por carta ou por meio de depoimentos pessoais. Há 1.964 processos em andamento.



Denúncias contra médico crescem 75% em 7 anos

De 2000 a 2006, o número de médicos denunciados ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) passou de 2.026 para 3.569 - crescimento de 75%. Os processos em andamento também aumentaram: 120%. No mesmo período, o número de médicos inscritos no conselho saltou de 70 mil para 92.517.

Os resultados, apresentados ontem pelo Cremesp, em São Paulo, também revelam que cerca de 35% das denúncias e 43% dos processos contra os médicos estão ligados a supostos casos de negligência, imperícia ou imprudência. No topo do ranking dos mais denunciados estão os cirurgiões plásticos. Em seguida, aparecem os urologistas, cirurgiões de trauma e neurocirurgiões. A lista é organizada de acordo com uma taxa que leva em conta o número de especialistas em relação ao número de denunciados e o tempo de exercício profissional.

Para Henrique Carlos Gonçalves, presidente do Cremesp, o crescimento das denúncias está ligado ao grande número de faculdades de Medicina. Com 167 cursos em funcionamento, o Brasil fica na frente de países como China e EUA, perdendo apenas para a Índia.


Fonte: Folha de S.Paulo

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