27/03/2010

Dengue não é uma simples gripe

Apesar das inúmeras campanhas de conscientização, os números só aumentam; quem contraiu a doença garante que os sintomas são terríveis


Uma das campanhas do Ministério da Saúde (MS) que diz "A dengue mata" parece que não está sendo levada a sério pela população. Pelo menos é o que os índices da Vigilância Epidemiológica de Londrina mostram. Somente nos três primeiros meses deste ano, 155 casos foram confirmados; 50 a mais que em todo o ano de 2009.

Ainda que apenas um óbito tenha acontecido na cidade, não é motivo para banalizar a doença, já que não se trata de uma simples dor de gripe, como muitos pensam. É uma doença séria, que mata, sem escolha de classe social, idade ou sexo. E, mesmo assim, grande parte da população não parece estar preocupada e desafia a sorte, alimentando criadouros debaixo dos olhos. O que confirma isso são dados da Vigilância que revelam que 52% dos criadouros em Londrina forma encontrados nos quintais e 26% dentro das casas.

Diante da constatação, uma coisa é fato: quem teve a doença sabe bem do que se trata e garante não querer passar pela situação novamente. A dona de casa Arlete Carrilho dos Santos, 50 anos, ficou doente em fevereiro deste ano. Ela lembra que antes de contrair a dengue, não tinha ideia do que era. "Ouvia as pessoas dizerem sobre mal-estar, mas nada chega perto do que passei", diz. Mal-estar que foi piorando ao longo do primeiro dia de sintomas. "Começou com um cansaço, que foi se tornando uma dor de cabeça e, em seguida, tomando o corpo todo. Doía tudo, cada ponto do meu corpo, não conseguia nem andar."

Não bastasse a forte dor generalizada, ela conta que não conseguia abrir o olho por causa da ardência. "Ao mesmo tempo, ainda apareceu uma febre que não diminuía e o corpo coçava inteiro. Tinha várias manchas vermelhas espalhadas", conta Arlete. "Se fosse comparar a uma gripe muito forte, diria que senti, no mínimo, o dobro de dor. Foi horrível, achei que iria morrer."



Sem forças

Depois de nove dias internado por causa da dengue, José Orquiza, 84 anos, enfim, respira aliviado ao lado da esposa de 80 anos, que também ficou doente no mesmo período. Em casa há uma semana, ele lembra que tudo começou com uma fraqueza e vontade de permanecer deitado. Ele foi a uma hospital e deu início ao tratamento de uma virose. "Mas os dias passaram e nada de melhorar."

Já com dificuldade para comer, a febre e as dores no corpo iam se agravando. "Foi quando resolvi ir ao hospital novamente e, então, diagnosticaram que era dengue."
Orquiza diz que, durante o período em que ficou doente, emagreceu cinco quilos. "Não conseguia comer quase nada e a recuperação foi lenta." Questionado sobre o medo, ele não hesita em falar: "Não quero mais saber de passar por isso. Coloquei telas nas janelas de casa, tirei todos os vasos do jardim e passo repelente diariamente", enfatiza.

Com um bebê de apenas quatro meses, a funcionária pública Adriane Aparecida Sita, 40 anos, foi outra vítima do mosquito implacável, em fevereiro deste ano. Segundo ela, o primeiro sintoma foi a febre. "Logo em seguida já começaram as dores e várias manchas no corpo. Tive uma queimação nas pernas que doíam somente de colocar o pé no chão. Meus olhos também latejavam demais", relata Adriane.

No mesmo dia foi ao hospital e deu início ao tratamento. "Fique dois dias internada, pois estava muito debilitada e desidratada. Depois, foram mais duas semanas em casa." Passado o susto, ela comenta que hoje sabe o que é a dengue. "Não é uma coisa boba como as pessoas pensam; é terrível. Hoje eu digo para todos: não queiram passar por isso."

href="http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id_folha=2-1--5432-20100327" target="_blank">Folha de Londrina


Saúde alerta população sobre criadouros dos mosquitos da dengue nas residências - Com o crescimento do número de casos da dengue no Paraná, aumenta também a preocupação com os criadouros do mosquito. Levantamentos realizados pelos técnicos do Programa Estadual de Controle da Dengue apontam que 98% dos criadouros do mosquito transmissor da doença estão nas residências. Daí a importância de colaborar com os agentes de endemia, que visitam as casas para orientar a população quanto aos riscos da doença. Leia notícia completa no href="http://www.saude.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=1227" target="_blank">site da SESA.

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