12/04/2011
Curso de medicina vai ensinar letra legível a alunos
Acabar com a ilegível letra de médico e outras inadequações na prescrição de medicamentos - como doses excessivas ou que
causem interação entre si - são os objetivos de um curso pioneiro criado na Faculdade de Medicina da Unesp, em Botucatu. Agora,
graças a uma parceria com o Ministério da Saúde, o conteúdo da disciplina estará disponível online a todos os profissionais
do Sistema Único de Saúde (SUS).
A professora Thais Queluz conta que tinha duas metas quando criou o curso Seleção Racional de Medicamentos e Boas Práticas
de Prescrição Médica e Odontológica, em 2003. A primeira era conscientizar os alunos de que a receita médica é um documento
do paciente e, portanto, ele precisa entender o que está escrito nela. "Não pode ter abreviações, a letra tem de ser legível,
a dosagem e a forma de administração devem estar claras", diz a professora.
O desafio maior, porém, é ensinar os estudantes a fazer uma escolha racional. "Mostramos como buscar evidências científicas
que ajudem a selecionar a droga com base em quatro critérios: eficácia, segurança, facilidade de acesso e custo", diz Thais.
Se há dois remédios semelhantes, afirma, deve-se optar pelo mais barato. Mas isso nem sempre acontece por causa do assédio
da indústria farmacêutica, com seus brindes e amostras grátis.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), metade dos medicamentos que circulam no mundo foi prescrita, administrada
ou vendida incorretamente.
Em 2010, o Ministério da Saúde ofereceu recursos para Thais desenvolver uma versão online do curso. O material foi entregue
em dezembro e, nos próximos meses, estará disponível no portal da Universidade Aberta do SUS, ainda em fase de teste.
Fonte: O Estado de São Paulo