20/06/2018
Curso capacita médicos em protocolo de morte encefálica
Sistema de Transplantes recepcionou profissionais em atividade que ocorreu no HC; curso também é realizado no interior e inscrições são gratuitas
A Secretaria Estadual de Saúde, por meio do Sistema Estadual de Transplantes (SET/PR), está capacitando médicos que atuam
em áreas críticas dos hospitais, como UTIs, para realizar o protocolo de determinação de Morte Encefálica (ME), condição determinante
para a doação de órgãos para transplantes. Nesta semana, oito médicos que atuam em Curitiba e região metropolitana participam
da capacitação no Hospital de Clínicas da UFPR.
“Um dos nossos pilares de trabalho do SET/PR é o Projeto de Educação
Permanente, através do qual realizamos capacitações, treinamentos e cursos para todos os profissionais envolvidos direta ou
indiretamente nos processos de identificação de morte encefálica e de doação de órgãos e tecidos para transplante. O intuito
é promover o desenvolvimento constante das equipes envolvidas nos processos”, explica a coordenadora do Sistema Estadual de
Transplantes do Paraná, Arlene Badoch.
Curso de ME terá novos módulos em Curitiba e no interior. (Foto: AEN/PR.)Resolução do Conselho Federal de Medicina (nº 2173/2017) determina a necessidade de que os profissionais médicos sejam
especificamente capacitados para realizarem o protocolo de diagnóstico de ME, sendo que anteriormente o curso só era oferecido
pela iniciativa privada.
A mesma resolução estabelece que os médicos devem possuir, no mínimo, um ano de experiência
no atendimento de pacientes em coma, tenham acompanhado ou realizado pelo menos dez determinações de ME, ou tenham concluído
curso especifico para determinação de Morte Encefálica.
A médica do Sistema Estadual de Transplantes, Maria Carolina
Garbossa, conta que as capacitações estão sendo fornecidos em todo Estado. Cidades como Londrina, Maringá, Umuarama, Foz do
Iguaçu e Cascavel já receberam o curso. A médica também ressalta a importância da capacitação dos médicos. “Alguns profissionais
já têm vivência com o assunto, mas com a nova resolução é preciso atualizar e conscientizar os médicos para que continuem
a oferecer um trabalho seguro e de qualidade”, ressalta a médica.
EXPERIÊNCIA
A médica pediátrica do Hospital das Clínicas, Anna Paula Giacomel, participa do módulo oferecido em Curitiba e comenta
que o curso está sendo de grande valia para o aprimoramento pessoal e troca de experiências. “Eu acho excelente, o que a gente
aprende aqui vai nos ajudar a disseminar o conhecimento sobre a ME. O treinamento também vem para sanar todas as dúvidas que
surgem na nossa rotina no hospital”, conta Giacomel.
O primeiro curso foi realizado em abril deste ano, na 15ª
Regional de Saúde (RS) – Maringá. Até agora, já foram capacitados 150 médicos da 17a RS - Londrina, 10ª RS - Cascavel, 9ª
RS - Foz do Iguaçu e 12ª RS - Umuarama. As próximas capacitações acontecem ainda neste mês na 5ª RS - Guarapuava, 8ª RS -
Francisco Beltrão e 3ª RS - Ponta Grossa.
Em Curitiba, foram realizados módulos nesta semana (dias 18, 19) e os
próximos nos dias 26 de junho e 03 de julho. As inscrições são gratuitas e, para os próximos cursos, podem ser feitas entrando
em contato com a Central Estadual de Transplantes através do telefone (41) 3304-1918 ou pelo e-mail: sesatran.ep@sesa.pr.gov.br
Morte encefálica é a definição legal de morte. É a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro.
Isto significa que, como resultado de severa agressão ou ferimento grave no cérebro, o sangue que vem do corpo e supre o cérebro
é bloqueado e o cérebro morre. Após o diagnóstico de morte encefálica, não há qualquer chance de recuperação. A doação de
órgãos acontece após da confirmação da morte mediante autorização da família.