07/06/2013
O objetivo oferecer segurança ao paciente, avaliando a durabilidade dos implantes, monitorando intercorrências e atuando de forma preventiva
Curitiba fornecerá, de forma pioneira, a base de dados que permitirá expandir em nível nacional, a rastreabilidade das próteses de joelho e quadril. O objetivo é avaliar durabilidade dos implantes, monitorar intercorrências e, atuando na prevenção, oferecer segurança ao paciente. A metodologia de como a ação será colocada em prática em seus vários níveis foi debatida essa semana, em uma reunião realizada no Conselho Regional de Medicina.
Participaram do encontro os principais parceiros do projeto, entre os quais a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e a sua regional do Paraná, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Secretaria Municipal de Saúde e demais integrantes da equipe técnica envolvida no registro das Artroplastias.
O Dr. Luiz Carlos Sobania, que está à frente da coordenação nacional do Registro, resumiu que as prótesesdevem durar pelo menos 15 anos. Se o prazo de durabilidade for inferior, algo pode estar errado. "Para termos essa informação da forma exata, temos que acompanhar esse paciente desde o início, sabermos por que existem próteses sendo retiradas antes do tempo. Esse é o conceito básico do registro".
Pioneirismo
Jocelito Pedrosa, gerente geral de Tecnologia de Produtos da Anvisa, disse que o programa que tem início em aproximadamente 17 hospitais de Curitiba representa a fase dois do projeto de avaliação e monitoramento de tecnologias (o primeiro piloto, foi realizado em apenas um hospital - o Hospital Conceição, em parceria com a UFRGS).
Ele disse que a cidade foi escolhida como sede dessa etapa pela organização da sua rede hospitalar e dos especialistas envolvidos com o trauma ortopédico. Esses fatores tornam mais ágil a logística na coleta de dados sobre próteses, a troca de informações e facilitam a rápida intervenção e correção nas demais fases do programa em nível nacional, quando necessário.
Mobilização
O Dr. Flávio Faloppa, presidente da SBOT, chegou a Curitiba para a reunião no CRM logo após participar de encontro no qual mais uma vez se discutiu a polêmica questão dos médicos "importados" de Cuba. Ele disse que a SBOT é a terceira maior sociedade de especialidades do mundo. "É com essa projeção internacional e responsabilidade, que os ortopedistas precisam estar mobilizados com outros setores, organizarem-se para oferecer qualidade no atendimento ao trauma, os melhores produtos, reduzindo custos", conclamou.
O secretário municipal de saúde, Dr. Adriano Massuda disse que o fato de Curitiba ser escolhida como sede do projeto piloto, mostra que a cidade conta com adequadas políticas em saúde, possui boa infraestrutura, qualidade em serviços e, acima de tudo, excelentes médicos e profissionais.
Para o presidente do CRM-PR, Dr. Alexandre Gustavo Bley, a reunião realizada envolvendo vários setores da sociedade foi das mais oportunas. "A rastreabilidade das próteses representa proteger o paciente, preservar a sua qualidade de vida, razão pela qual nos sentimos enriquecidos pelo fato do CRM acolher esse debate", afirmou o presidente.
Próxima fase
O Dr. Marcio Pozzi, diretor da SBOT-PR, é um dos coordenadores locais dos trabalhos. É um dos responsáveis pela aplicação da metodologia que está sendo colocada em prática na rede hospitalar da cidade. Durante a reunião ele resumiu parte dessas ações e fez um breve histórico sobre países nos quais existe um registro de Artroplastias e outros nos quais essa rede de informações está em vias de ser implantada.
A próxima fase do programa, na capital, será a realização de oficinas com o objetivo de realizar a capacitação de médicos, demais profissionais de saúde e da Vigilância Sanitária local que irão atuar no Registro de Artroplastias. A previsão é a de que essa fase do trabalho esteja concluída até o final de junho.
Fonte: Sbot