27/05/2014

Curitiba tem plano de ação para garantir assistência médica durante a Copa do Mundo

Diretor da Sesa afirma que número de leitos de UTI e de ambulâncias foi ampliado e que serão instalados postos médicos em frente à Arena e na Pedreira

Para garantir a assistência a torcedores, visitantes e moradores de Curitiba durante a Copa do Mundo 2014, que começa no dia 12 de junho e termina em 13 de julho, um plano de ação foi elaborado pelo governo estadual para fortalecer o atendimento de saúde. O plano começou a ser preparado em 2011, de acordo com o diretor de políticas de urgências e emergências da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Vinícius Filipak, e as ações mais significativas foram em infraestrutura, com a ampliação do número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e dos serviços de emergência. Além disso, dois postos médicos serão montados na cidade – um em frente à Arena da Baixada, onde serão realizados quatro jogos, e outro na Pedreira Paulo Leminski, que vai sediar a Fan Fest e deve receber um público de até 15 mil pessoas nos dias de jogos do Brasil e das partidas que serão realizadas na cidade.

O posto médico em frente ao estádio vai funcionar apenas nos dias de jogo. A Arena da Baixada vai receber no dia 16 de junho, às 16h, Irã X Nigéria; Honduras X Equador no dia 20 de junho, às 19h; Austrália X Espanha às 13h do dia 23 de junho; e no dia 26 de junho, às 17, Argélia X Rússia. Oito profissionais, três ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e três ambulâncias do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) estarão disponíveis no posto, segundo Filipak.

Já o posto da Pedreira Paulo Leminski terá uma equipe composta entre seis e oito profissionais e que será reforçada nos dias em que for estimado um público maior. “O reforço será proporcional ao público esperado naquele dia. O número de ambulâncias também será proporcional ao público – serão entre duas e quatro ambulâncias”, afirma o diretor. O local ainda terá um heliponto caso seja necessário fazer transporte aéreo, conforme informou o governo estadual.

A expectativa é de que cerca de quatro mil pessoas circulem pela Pedreira nos dias sem jogos em Curitibaou da seleção brasileira. Telão para transmissão dos jogos e mais de 70 atrações culturais locais, além de quatro shows nacionais, estão na programação da Fan Fest, evento oficial da Fifa que vai ocorrer em todas as cidades-sede.

Leitos de UTI

“A ampliação dos leitos de UTI ocorreu em todo o estado. Não adianta só fazer aqui [Curitiba] porque as pessoas de outras cidades que precisassem de UTI seriam transferidas para cá, e o problema não seria resolvido”, explica Filipak. De acordo com ele, em 2011, havia 1.100 leitos de UTI (adulto, neonatal e pediátrico) em todo o estado. Hoje, são 1.600 leitos.

O diretor listou os hospitais de Curitiba e Região Metropolitana que tiveram ampliação dos leitos de UTI. São eles: Hospital Nossa Senhora do Rocio e Hospital e Maternidade Parolin, em Campo Largo; Hospital e Maternidade São José dos Pinhais, em São José dos Pinhais; Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul; e os hospitais Cajuru e do Trabalhador, na capital.

“Nós também adquirimos 60 ambulâncias para o Siate para todo o estado no ano passado já como reforço para a Copa. Vinte dessas ambulâncias estão em Curitiba e Região Metropolitana”, afirma.

Dentro e fora do estádio

Filipak explica que, dentro da Arena da Baixada, o atendimento médico será responsabilidade da Fifa. Contudo, o setor público vai fiscalizar esse atendimento. “Normalmente nos atendimentos realizados dentro de estádios, os pacientes são liberados dentro do estádio mesmo. Mas, se precisar, a Fifa terá sete ambulâncias privadas para o transporte de dentro do estádio até o hospital que o Samu vai designar. O atendimento de dentro para fora do estádio será compactuado com o Samu. O Samu vai direcionar para garantir qualidade na assistência que será prestada”, afirma.

No entorno do estádio – menos na Praça do Atlético, que é uma área considerada pertencente à Arena –, o paciente será atendido pelo serviço público do posto médico instalado em frente à Baixada. Lá, será feito o atendimento inicial, e caso sejam necessários encaminhamentos para hospitais, eles serão feitos em ordem de prioridade.

Já na Pedreira Paulo Leminski, todo o atendimento será feito pelo sistema público, não haverá atendimento da Fifa, ainda segundo o diretor da Sesa.

Reforço médico

Além da ampliação do número de leitos de UTI, a equipe médica do Hospital do Trabalhador – que será a principal referência de atendimento de urgência e emergência durante a Copa do Mundo – vai ser reforçada nos dias de jogos. Conforme Filipak, o hospital tem uma estrutura de dois cirurgiões, dois ortopedistas, um neurocirurgião, quatro anestesistas e três intesivistas. Nos dias de jogo, a estrutura de médicos contará com mais dois cirurgiões, mais dois ortopedistas, mais três anestesistas e outro neurocirurgião.

De acordo com o diretor, a Secretaria Estadual de Saúde repassou R$ 253 mil para a prefeitura usar na contratação de pessoal para esse período ou então para pagar hora extra aos profissionais que já trabalham na rede de saúde.

“Não vai haver diminuição de equipe nem de ambulâncias na cidade. Não tiramos assistência de um grupo para dar a outro. Fizemos uma ampliação para a Copa”, afirma.

Para evitar problemas com a quantidade de leitos e também com a equipe médica disponível, Filipak explica que a agenda de cirurgias eletivas, que não são urgentes e que se pode escolher a melhor data para serem realizadas, foi reorganizada. Cirurgias eletivas não serão realizadas nos dias de jogo na capital paranaense. “Ou vão operar antes ou depois, para não haver prejuízo para esses pacientes e para que o hospital tenha a capacidade de atendimento necessária”, explica.

Planejamento

O diretor de políticas de urgências e emergências relata que foi elaborado um plano de ação conjunto da saúde com a segurança: Polícia Militar (PM), Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Forças de Defesa, envolvendo a aeronáutica, o exército e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

“Fizemos um plano de ação para múltiplas vítimas para a hipótese, por exemplo, de um atentado internacional, uma contaminação química, que faz com que a resposta para a emergência seja imediata. É um planejamento também para desastres e catástrofes”, diz Filipak.

De acordo com Filipak, foram feitos treinamentos em hospitais de Curitiba e Região Metropolitana no ano passado e neste ano para que eles desenvolvam planejamentos internos próprios para receber as vítimas, caso haja uma das situações citadas acima. No Hospital do Trabalhador, inclusive, houve capacitação para casos de acidentes químicos, biológicos, radiológicos e nucleares. “Essa capacitação foi voltada para a Copa”, reforça.

Fonte: Globo.com

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