21/01/2009
Curitiba propõe esterilização física para combater a micobacteriose
Propostas serão enviadas para a Anvisa, que está elaborando manual de condutas para evitar a infecção
Em consulta pública local realizada na manhã desta quarta-feira (21), na Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, profissionais
da área de saúde e representantes do Ministério Público definiram que o aprimoramento dos métodos de esterilização e maior
cuidado com os pacientes de cirurgia são as principais medidas e serem tomadas pelos serviços de saúde para combater à micobacteriose.
A reunião ocorreu para apresentar as propostas que o município enviará à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
que está elaborando um manual de práticas para o combate à doença.
A micobacteriose é uma infecção hospitalar causada por micobactérias de crescimento rápido (Mycobacterium abscessus) principalmente
em videocirurgias em que não há uma esterilização adequada.
Os sintomas são a secreção próxima ao corte cirúrgico e dificuldades
de cicatrização até dois anos depois da cirurgia. Segundo dados preliminares da Secretaria Estadual de Saúde, desde o primeiro
caso, registrado em dezembro 2007, foram notificadas no Paraná 170 suspeitas, das quais 115 foram confirmadas como caso da
infecção.
Em Curitiba foram 142 casos suspeitos e 104 confirmados. Desde agosto de 2008, a doença passou a ser de notificação
obrigatória pelo Ministério da Saúde.
A principal proposta apresentada no encontro foi a obrigatoriedade da esterilização física por autoclave dos materiais
cirúrgicos, pois a micobactéria tem se mostrado resistente aos produtos químicos. O processo de autoclave consiste em um cesto
com água num aparelho fechado, que efetua a desinfecção dos materiais por meio de pressão e calor úmido.
Além disso, foi sugerido que passe a ser obrigatório se esterilizar novamente os materiais que tenham vindo de um local
diferente ao da utilização, que os casos sejam notificados pelos laboratórios em até 24 horas e que o paciente submetido a
cirurgias seja acompanhado por no mínimo 180 dias ao invés dos 90 que estão na proposta inicial da Anvisa.
O diretor do Centro de Saúde Ambiental, responsável pelas coordenação das ações de vigilância sanitária no município,
Sezifredo Paz, afirmou que o prazo de notificação sugerido se deve ao fato de um dos casos de micobacteriose ter sido informado
às autoridades de saúde somente 144 dias depois da cirurgia em que ocorreu a contaminação.
Fonte: Gazeta do Povo