Saúde
Proibição entra em vigor no dia 19. Comerciantes alertam os clientes para evitar surpresas
A uma semana do início da lei que proíbe o fumo em lugares fechados em Curitiba, comerciantes improvisam para alertar
os clientes a tempo de não causar surpresa na próxima quinta-feira, dia 19, quando começa a vigorar a nova regra. Alguns donos
de bares, restaurantes e cafés colocaram avisos em folha sulfite, feitos por conta própria, explicando os termos da lei e
quase sempre repetindo o mesmo equívoco: atribuem ao dia 17 a data inicial de vigência. A confusão se deve ao fato de que
a lei foi sancionada pelo prefeito no dia 19 de agosto, mas teve sua publicação no Diário Oficial dois dias depois, quando
começou, de fato, a contagem regressiva dos 90 dias para a vigência.
A prefeitura não pretende fazer uma campanha específica de esclarecimento sobre a lei antifumo na televisão, mas equipes
do Centro de Saúde Ambiental (CSA), órgão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), têm promovido diariamente as chamadas blitzes
educativas, distribuindo folhetos informativos, cartazes e adesivos para esclarecer comerciantes e clientes. "É impossível
visitar todos os estabelecimentos de Curitiba em um curto espaço de tempo, mas já conseguimos cobrir a maioria dos pontos
críticos que identificamos, entregando material explicativo", afirma Sezifredo Paz, diretor do CSA, que promete intensificar
o trabalho nas próximas semanas.
Passado o dia 19, as equipes da Vigilância Sanitária do município sairão às ruas para fiscalizar o cumprimento da lei.
Além dos 43 profissionais especificamente treinados para participar da fiscalização noturna e do fim de semana, os outros
177 agentes que compõem o efetivo da vigilância receberam uma capacitação geral para incluir a inspeção antifumo nas vistorias
de rotina.
A ouvidoria da SMS vai acolher as denúncias de locais onde o fumo não foi coibido, mas a verificação será feita pessoalmente
pelos fiscais. Se for constatado o uso de tabaco, o proprietário estará sujeito a uma multa de R$ 1 mil e autuação da vigilância.
A reincidência implica nova autuação, multa com valor dobrado e, em casos extremos, a cassação do alvará. A lei inclui na
área livre de tabaco qualquer tipo de toldo e cobertura afixados em uma parede. "É necessária uma distância de pelo menos
dois metros entre a cobertura e a parede. A intenção desta regra é que as pessoas não fumem nas portas dos estabelecimentos,
porque a fumaça acaba entrando no local", defende Paz.
Tabacarias poderão ter uma área para fumantes desde que separada do cômodo principal e com uma entrada externa à parte.
É obrigatória a instalação de um sistema de exaustão do ar não conectado ao sistema geral da loja. Além disso, o comerciante
não pode oferecer nenhum outro produto além do fumo e é proibido o serviço de garçons. "O que queremos é evitar que as pessoas
usem da razão social de tabacaria para burlar a lei e ter um bar ou restaurante com fumo liberado", afirma o diretor de Saúde
Ambiental. No entanto, os chamados fumódromos, que existem hoje em hotéis e shoppings, estão proibidos. "As duas coisas não
são semelhantes, o que se chama de fumódromo hoje não segue esses padrões de rigidez", argumenta.
Bares
Alguns comerciantes do centro da cidade, que ainda não receberam visitas do CSA, tomaram a iniciativa de pendurar avisos
improvisados e instruir os garçons a informar os clientes sobre a lei. O cartaz chamou a atenção do francês Jean-Pierre Jodet,
de 59 anos, ao entrar em um café da cidade. Jodet se mudou da França há pouco mais de um ano e no Brasil pôde retomar o hábito
de fumar entre xícaras de café. No seu país de origem já faz anos que o fumo é proibido em lugares fechados. "Isso não vai
combater nenhum vício. Vai acontecer como se sucedeu por lá, as pessoas simplesmente vão sair à calçada para fumar e, em algum
tempo, você vai ouvir as pessoas reclamando sobre a quantidade de bitucas na rua", afirma.
O fotógrafo Wellington Lima, de 32 anos, fumava seu cigarro em outro estabelecimento, abaixo de um cartaz com o mesmo
aviso. Ele também vê intenção do governo em coibir o vício, mas não acredita em qualquer efeito. "Mais cedo ou mais tarde,
vai se encontrar um jeito. Acho que muitos lugares vão continuar permitindo o fumo, mas escondido."
Luiz Otávio Franco, dono de um café, resolveu se adiantar ao pessoal da prefeitura para não pegar os clientes de surpresa.
"Eles poderiam achar que é implicância nossa, então é bom esclarecer que se trata de lei", afirma.
*
href="http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=943334&tit=Regra-estadual-so-nos-municipios-sem-lei
" target="_blank">Regra estadual só nos municípios "sem lei"
*
href="http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=943337&tit=Ponta-Grossa-libera-uso-de-fumodromos"
target="_blank"> Ponta Grossa libera uso de fumódromos
*
href="http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=943339&tit=Populacao-esta-alerta-para-as-mudancas"
target="_blank">População está alerta para as mudanças
*
href="http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=943365&tit=Quatro-acoes-contestam-a-validade-de-leis"
target="_blank"> Quatro ações contestam a validade de leis
Fonte:
href="http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=943329&tit=A-uma-semana-da-lei-antifumo"
target="_blank">Gazeta do Povo