Cuidados Paliativos: a importância do cuidado, do conforto e do controle dos sintomas

Paulo Fabricio Nogueira Paim

Muito se fala em tratamentos humanizados. Mas será que sabemos o verdadeiro significado? Segundo a Organização Mundial de Saúde, entende-se por cuidados paliativos as ações voltadas para a melhor qualidade de vida dos pacientes e familiares que enfrentam problemas associados às doenças crônicas ou que ameacem a vida

Esse modelo de cuidados se dá com a prevenção e/ou alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, promovendo o controle da dor e diminuição de outros possíveis sintomas de difícil controle. Dentro da dinâmica das ações dos Cuidados Paliativos, o suporte psíquico-espiritual e social presente desde o diagnóstico até o final da vida é elemento de indissociável relevância.

O objetivo principal não é buscar a cura de forma obstinada e não reflexiva, mas, sim, cuidar, além da cura, sendo esta possível ou não. É prestar suporte aos pacientes e familiares, bem como gerenciar complicações frequentes e sintomas difíceis e a ação conjunta de uma dedicada equipe multiprofissional atenta às necessidades. A qualidade de vida deve ser uma busca incessante, devendo estar presente tanto no árduo curso oscilante das doenças crônicas geradoras de sofrimento como, também, nas doenças graves com prognóstico desfavorável e na finitude da vida.

Houve o tempo em que a medicina tratava os doentes enquanto a cura era o principal objetivo. Hoje em dia, ela assume responsabilidades com os pacientes e familiares até onde é possível manter a qualidade de vida. E é dentro dessa nova concepção de atendimento que nasce e é construída dia a dia a área de atuação multiprofissional dos Cuidados Paliativos. O principal objetivo é aliviar o sofrimento do paciente e melhorar a qualidade de vida dos que têm o diagnóstico de alguma doença ativa e/ou progressiva.

Especialistas em cuidados paliativos trabalham como parte de uma equipe multidisciplinar que coordena esses cuidados. A grande diferença deste tratamento é ouvir e entender as necessidades do paciente de forma individual e personalizada, gerando assim, como consequência, benefícios sem dor.

A equipe de Cuidados Paliativos é constituída por médicos, enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais, entre outros profissionais. Conceitualmente, nos cuidados paliativos a morte prevista, devido à historia natural de uma doença letal, constitui fenômeno natural da evolução do curso da vida. No entanto, é necessária maior atenção à qualidade de vida das pessoas em sofrimento e seus familiares, para tornar a caminhada um pouco mais amena.

*Dr. Paulo Fabricio Nogueira Paim (CRM-PR 19.782), é coordenador do Serviço de Cuidados Suportivos e Controle de Sintomas do Hospital São Vicente, de Curitiba (PR).

**As opiniões emitidas nos artigos desta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do CRM-PR.

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