27/04/2021
Dados foram analisados por pesquisador da Escola de Medicina da PUCPR e se referem a cidadãos que já tomaram as duas doses da vacina; cuidados preventivos devem continuar
Em meio a um cenário difícil vivido no Brasil todo em razão da pandemia do novo coronavírus, um dado traz alento na capital paranaense: os números de mortes e internações pela doença de idosos a partir dos 70 anos em Curitiba registraram uma queda, associada à vacinação da segunda dose do imunizante contra o Sars-CoV-2.
É o que aponta levantamento realizado pelo cardiologista José Rocha Faria Neto, professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e pesquisador do Centro de Epidemiologia e Pesquisa Clínica (Epicenter) da Universidade. A análise foi realizada utilizando a base aberta de dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Em dezembro de 2020, antes do início da vacinação na cidade, 5,9% das mortes na localidade eram de idosos com 90 anos ou mais. Até o dia 13 de abril, contudo, o índice havia caído para 2,12%. No grupo de pessoas com 80 a 89 anos, se antes o índice de óbitos era de 16,7%, agora ele é de 14,2%. A faixa etária de 70 a 79 anos também já começa a registrar queda: de 27,7% para 26,3%.
“Ainda que devamos considerar a possibilidade de que esses grupos tenham se isolado mais nas últimas semanas, resultando numa menor taxa de contágio, a vacinação é a principal responsável por essa redução. Nosso objetivo é seguir com esse monitoramento de forma constante, para que fique claro para a população que a imunização é imprescindível para superar a crise sanitária”, pontua Faria Neto.
O pesquisador lembra que diversos estudos já divulgados sobre as vacinas CoronaVac e de Oxford mostram não só a redução no risco de contágio, mas, principalmente, uma diminuição mais significativa no risco de desenvolvimento de quadros mais graves, que exigem, por exemplo, hospitalização e intubação.
O professor ainda comenta que, embora vista com antipatia por parte da população, medidas restritivas de circulação impostas pelo Poder Público são absolutamente necessárias para tentar reduzir a sobrecarga no sistema de saúde.
Fonte: PUCPR