Não há qualquer razão para uma corrida desenfreada a hospitais. É compreensível que, diante de uma nova doença como a influenza
A (H1N1) - que está sendo estudada em tempo real pelas autoridades sanitárias do mundo inteiro -, as pessoas fiquem mais apreensivas
e com dúvidas sobre como agir em relação a ela. Nesse momento, a transparência e a informação têm papel fundamental para manter
a tranquilidade e segurança sobre as providências que estão sendo tomadas para proteção da população.
É importante ficar claro que a nova gripe tem características muito parecidas com as da gripe comum, seja nos sintomas
ou no número de mortes. Em 99,6% dos casos, as pessoas se recuperam bem. A maioria absoluta dos doentes tem quadros leves
e volta às suas atividades rapidamente.
A recomendação, assim como nos casos de gripe comum, é buscar a orientação de um médico de confiança, do plano de saúde
ou do posto de saúde mais próximo. Nesses locais, os pacientes serão avaliados e terão indicação do tratamento mais adequado.
Se for o caso, o paciente será encaminhado a um hospital de referência para tratamento da nova gripe.
Os principais sintomas são febre, tosse, dor nas articulações, coriza e dor de garganta.
Precisamos garantir atendimento ágil e de qualidade a todos, e principalmente àqueles que mais inspiram cuidados. Portanto,
os hospitais devem estar disponíveis para atender aos casos considerados graves e pacientes que tenham doenças pré-existentes
ou outro fator de risco.
Vale ressaltar que não é preciso o resultado de exames para que as pessoas recebam tratamento imediato, quando indicado.
São os sintomas dos pacientes e a avaliação do médico que definirão a utilização do medicamento específico para a doença.
O fato de o Brasil não ter medido esforços para retardar a circulação do novo vírus evitou a proliferação de casos por
mais de 80 dias, desde o alerta da Organização Mundial de Saúde sobre a doença. Mantivemos a rede de vigilância sanitária
e epidemiológica plenamente em funcionamento nesse período para propiciar toda a segurança necessária à população.
A etapa na qual ingressamos na última semana, quando descobrimos o primeiro indício de circulação do vírus no país, não
deve provocar alarde. Nossa rede de saúde preparou-se para um cenário como este desde 2000. As ações do Brasil estão propiciando
pronta resposta desde o surgimento da doença, antecipando-se às recomendações da Organização Mundial de Saúde. Além de 68
hospitais de referência, com 900 leitos para os casos mais graves, há medicamento para uso imediato dos pacientes, quando
indicado, outros 9 milhões em estoque e 800 mil que chegarão até setembro.
Como meio de prevenção, há uma forma simples: lavar bem as mãos e com frequência. Isso é necessário, pois, quando a pessoa
está infectada, pela tosse ou pelo espirro, ela lança gotinhas de saliva ou secreção que podem conter o vírus e acabam depositadas
em mesas, tecidos, maçanetas, corrimãos, etc. Para quem está gripado, é importante cobrir a boca e o nariz com um lenço descartável
ao espirrar ou tossir. Também é recomendado não compartilhar talheres, pratos e objetos de uso pessoal e manter os ambientes
bem ventilados.
O Ministério da Saúde reitera que, em parceria com estados e municípios, está em alerta e tomando todas as medidas necessárias
para a proteção da população. Quem tiver dúvidas deve procurar nossos canais de informação:
href="http://www.saude.gov.br" target="_blank">www.saude.gov.br e Disque-Saúde: 0800 61 1997.
Artigo de autoria de JOSÉ GOMES TEMPORÃO, Médico sanitarista e Ministro da Saúde.