13/01/2021
Consulta pública avalia incorporação no SUS de implante para prevenção da gravidez
Prazo para contribuições sobre implante subdérmico de etonogestrel para a prevenção da gravidez não planejada por mulheres
com idade entre 18 e 49 anos vai até 1º de fevereiro
A Comissão Nacional de Incorporação
de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) avalia a incorporação no SUS do implante subdérmico
de etonogestrel para a prevenção da gravidez não planejada por mulheres adultas em idade reprodutiva
entre 18 e 49 anos. O etonogestrel é um
hormônio, produzido em laboratório, que se assemelha à progesterona (hormônio feminino que atua
no sistema reprodutor). O tema está em consulta pública até o dia 1º de fevereiro.
O Plenário recomendou inicialmente a não
incorporação da tecnologia. Ainda que as evidências encontradas se mostrem favoráveis ao implante,
a Comissão entendeu que a ampla população proposta juntamente com o impacto orçamentário
estimado dificultaria a incorporação desta tecnologia no SUS.
Participe da consulta pública. Clique para o envio de relatos de experiência/opinião ou contribuições técnico-científicas sobre o tema.
O implante é considerado um método contraceptivo de longa duração
e pode permanecer no corpo da mulher, inserido logo abaixo da pele do braço, por um período de até três
anos. Trata-se de um pequeno bastão de plástico, com 4 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro que contém
68 mg da substância etonogestrel, que vai sendo liberado em pequena quantidade continuamente na corrente sanguínea.
A ação impede que o óvulo seja liberado do ovário e também altera a secreção
do colo do útero, dificultando a entrada dos espermatozoides.
Estimativas recentes apontam que 218 milhões de mulheres em idade reprodutiva, de 15 a 49 anos,
em países de baixa e média renda, incluindo o Brasil, querem evitar a gravidez, mas não estão
usando um método contraceptivo moderno. O não uso, o uso inconsistente ou incorreto ou a interrupção
do uso de contraceptivos é um dos fatores que colaboram para uma gravidez não planejada.
A contracepção é considerada uma das intervenções
em saúde que apresenta maior custo-efetividade (relação entre a efetividade da tecnologia em saúde
e seus custos), pois evita a gravidez não planejada, reduz a mortalidade materna e neonatal, bem como melhora a saúde
do recém-nascido e da criança. Por isso, o SUS desempenha outras ações e políticas voltadas
para a saúde sexual e o planejamento familiar.
Métodos contraceptivos disponíveis no SUS
O SUS disponibiliza diversos métodos contraceptivos. Entre eles, o diafragma
(que é um dispositivo colocado internamente na vagina, que cobre o colo do útero e bloqueia a passagem do espermatozoide)
e os preservativos, feminino e masculino, (proteções físicas que envolvem os órgãos genitais,
impedindo que o espermatozoide entre em contato com o útero).
Há também o chamado DIU de cobre, dispositivo intrauterino em forma de T, colocado dentro
do útero, que libera uma pequena quantidade de cobre para impedir que os espermatozoides fertilizem os óvulos.
O DIU é considerado um contraceptivo de longa duração, podendo permanecer por até 10 anos no útero.
Já os contraceptivos hormonais atualmente
disponíveis são: acetato de medroxiprogesterona (fornecido em comprimido e solução injetável
com duração de três meses), enantato de noretisterona unido ao valerato de estradiol (em solução
injetável), etinilestradiol em adição do levonorgestrel (em comprimido), levonorgestrel (em comprimido)
e noretisterona (em comprimido).
Entre
os métodos contraceptivos permanentes disponibilizados pelo SUS estão os procedimentos cirúrgicos de
laqueadura, que é a esterilização feminina, e de vasectomia, esterilização masculina.
Fonte: Conitec