Programa oferta 47 diferentes imunobiológicos para toda a população e organiza desde a compra das vacinas de rotina até a
definição do público-alvo. Apesar gratuito, cobertura tem caído nos últimos anos
Em um país como o Brasil, de dimensões continentais e uma população de 215 milhões
de habitantes, proteger tanta gente e erradicar ou controlar doenças é um enorme desafio. O Programa Nacional
de Imunizações (PNI) vem fazendo isso há 49 anos - completados no último dia 18.
Doenças que antes causavam milhares de vítimas no passado, como varíola e poliomielite, foram
eliminadas graças ao trabalho do PNI. Outras doenças transmissíveis também deixaram de ser problema
de saúde pública por meio da articulação do programa, formulado em 1973 e consolidado em 1975.
“O PNI tem capacidade para vacinar, se for preciso, milhões de pessoas por dia, sem estratégias
adicionais. Isso mostra a fantástica capacidade do Brasil em vacinar”, destaca o ministro da Saúde, Marcelo
Queiroga.
O programa é estruturado nos três níveis de gestão: municipal, estadual e federal, que
debatem juntos as diretrizes e metas de vacinação.
Em quase cinco décadas, o PNI conquistou respeito internacional reconhecido pela Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço da Organização Mundial de Saúde (OMS), como referência
mundial. No total, são disponibilizadas na rotina de imunização 19 vacinas cuja proteção
inicia ainda nos recém-nascidos, podendo se estender por toda a vida.
Exemplo de orgulho dessa trajetória é o registro do último caso de poliomielite no Brasil,
em 1989, um marco da relevância do PNI. No entanto, após a eliminação de várias dessas doenças,
como é o caso da Pólio, muitas pessoas ficaram com a falsa percepção que elas deixaram de existir.
“É a alta imunização que se assegura a proteção da população de doenças
já eliminadas. Só com a elevada cobertura vacinal que todos continuaremos protegidos”, diz o secretário
de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros.
Pandemia
A vacinação contra a Covid-19 no Brasil foi o maior exemplo de força do programa. Após a
aprovação da primeira vacina contra a doença pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), o Ministério da Saúde já havia estruturado a campanha de vacinação, com diretrizes
e orientações importantes para estados e municípios.
A campanha contra o coronavírus vacinou mais de 79% da população brasileira com as duas doses
ou dose única, seguindo as diretrizes do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação
contra a Covid-19 (PNO). Mais de 549 milhões de doses foram distribuídas a todas as unidades federativas.
Para além das fronteiras
O êxito na execução do Programa Nacional de Imunizações trouxe reconhecimento internacional
sendo chamado para organizar as campanhas de vacinação no Timor Leste e também contribuiu com ações
de vacinação, doando vacinas, executando treinamentos e fazendo acordos de cooperação técnicas
na Palestina, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
O Brasil também capacitou profissionais no Suriname e estabeleceu cooperação técnica
com países como Estados Unidos, México, Guiana Francesa, Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Colômbia
e Haiti.