08/03/2012
Conselhos de Medicina vão percorrer regiões com piores IDH com Caravana Nacional da Saúde
Representantes dos Conselhos Regionais de Medicina percorrerão cidades com piores Índices de Direitos Humanos (IDH) de todo
país para avaliar as condições locais das unidades de saúde, fiscalizar hospitais e buscar junto a comunidade as percepções
sobre a qualidade de vida. A proposta é visitar três municípios por estado até o dia 18 de abril, sendo que o principal objetivo
é traçar a radiografia da assistência em regiões pobres.
O projeto tem inspiração na Caravana da Saúde promovida pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe).
Durante sete anos, a entidade percorreu todos os municípios daquele estado visando conhecer a realidade e as necessidades
do povo pernambucano.
A decisão foi aprovada durante o I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2012 (I ENCM 2012), evento que ocorre
entre os dias 7 e 9 de março, em Brasília. O projeto Caravana Nacional da Saúde será coordenado pela Comissão de Ações Sociais
do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Experiência
Através de pesquisa realizada nas ruas com a população, a Caravana pernambucana abordou nos sete anos temas como: coleta
de lixo, saneamento, qualidade da água, distribuição de remédios, educação, violência contra mulher, abuso sexual contra crianças
e adolescentes, racismo, gastos do município com a saúde, controle social, desemprego, alcoolismo, drogas e distribuição de
merenda nas escolas. Além da população, também foram ouvidos prefeitos, secretários de saúde, conselheiros municipais tutelares
e de saúde. Paralelamente, foram realizadas fiscalizações nos hospitais e nos postos de saúde.
Segundo o tesoureiro do Cremepe e membro da Comissão de Ações Sociais do CFM, Ricardo Paiva, dentre os aspectos identificados,
alguns foram considerados alarmantes como, por exemplo, o elevado índice de mortalidade infantil, analfabetismo de adultos,
falta de saneamento básico, falhas no programa "Bolsa Família", ausência de campanhas para idosos e pessoas com deficiência,
baixa qualidade do ensino público, defasagem salarial dos professores e elevado índice de abuso e exploração sexual infantil.
"Esse último foi, de fato, algo que mais mexeu com a Caravana", apontou.
Fonte: CFM