08/04/2015
Descaso com que gestores tratam a saúde pública faz com que a população seja privada de um modelo assistencial conhecido por ser referência internacional
Neste 7 de abril, dedicado ao Dia Mundial da Saúde, os Conselhos Federal e Regionais de Medicina (CFM e CRMs) lembram a sociedade sobre a importância de reivindicar o que é dela. A falta de estrutura e equipamentos do Sistema Único de Saúde (SUS), a desvalorização dos médicos e profissionais, e a má gestão do serviço público e dos planos de saúde são o mote de uma campanha lançada nesta terça-feira pela autarquia para celebrar a data.
O objetivo é estimular os brasileiros a refletirem sobre a importância dese lutar por um direito garantido pela Constituição de 1988, que levou o modelo assistencial do País a alcançar posição de referência internacional enquanto política pública social. No entanto, como observam o CFM e os CRMs, o descaso com que os gestores tratam a saúde pública faz com que a população esteja sendo privada dessa conquista.
As peças produzidas estimulam a população para refletir sobre o tema. "Essa é a saúde que você merece?" é a questão que permeia anúncios, banners digitais, spots de rádio e filmes para TV e internet. Segundo o presidente do CFM, Carlos Vital Tavares Correa Lima, os problemas que afetam a qualidade da assistência e comprometemo ético exercício da medicina passam por questões relacionadas ao financiamento, à gestão e ao controle, monitoramento e avaliação das políticas públicas. Para ele, a campanha evidencia o descontentamento de todos com este quadro e mostra a intenção de se lutar por melhorias nas esferas pública e privada.
Divulgação
Em vídeos, spots de rádio e anúncio de revista que serão veiculados na mídia brasileira, os conselhos chamam atenção para a precarização do setor. O período de veiculação será a partir de 7 de abril, estendendo-se pelas semanas seguintes em diferentes mídias. Peças da campanha também estão sendo encaminhadas por e-mail para todos os 400 mil médicos do país.
Uma página no Portal Médico também foi lançada com destaque a reportagens e levantamentos que a autarquia produziu ao longo dos últimos meses. Todas essas informações alcançaram ampla repercussão junto à mídia e aos órgãos de controle e fiscalização, chamando a atenção para os problemas e exigindo soluções dos gestores. Acesse.
Ações de mídia espontânea também se destacam. No artigo “Menos médicos e menos saúde”, publicado hoje na Folha de S. Paulo, o presidente do CFM destaca que a população carente fica refém de um SUS que “não possui financiamento compatível nem competência administrativa, é desprovido de controle, de avaliação e de planejamento adequados, submetido ao descaso". Leia a íntegra.