08/11/2016

Confirmação de microcefalia por zika vírus no Paraná reforça cuidados com mosquito

A confirmação reforça o alerta para o controle da infestação do Aedes aegypti, mosquito que, além do zika vírus, transmite também a dengue, chikungunya, febre amarela e outras doenças

A Secretaria estadual da Saúde confirmou nesta quarta-feira (9) o primeiro caso de microcefalia causada por infecção congênita por zika vírus no Paraná, registrado no município de Cascavel, na região oeste. A confirmação reforça o alerta para o controle da infestação do Aedes aegypti, mosquito que, além do zika vírus, transmite também a dengue, chikungunya, febre amarela e outras doenças.

“Desde que foi confirmada no país a correlação entre a infecção congênita por zika e a ocorrência de microcefalia em recém natos, as equipes de vigilância vêm acompanhando gestantes com sintomas da doença no Paraná. Foi esse monitoramento que pôde identificar o caso de Cascavel e que nos dá condições de apoiar a família no acompanhamento e do desenvolvimento da criança”, disse o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto.

O secretário destaca que há um ano foi formado na Secretaria estadual da Saúde o Grupo Técnico para analisar a ocorrência de microcefalia no Estado. Esses profissionais avaliam casos suspeitos de microcefalia e outras mal formações congênitas notificados. Foram investigadas as causas de microcefalia e outras alterações graves em 49 bebês do Paraná desde novembro de 2015. Nessa situação, somente o caso de Cascavel foi confirmada a microcefalia por Zika vírus. Existem ainda quatro casos em investigação.

Outro monitoramento feito pelo grupo avaliou 331 mulheres que tiveram suspeita de infecção por zika durante a gravidez e apenas 39 foram confirmados. Desse total, 34 crianças já nasceram sem apresentar microcefalia. Duas gestantes tiveram abortos espontâneos provocados pela infecção aguda por Zika, registrados em Londrina e Irati.


Caso

O bebê nasceu em agosto deste ano com 32 semanas de gestação. Durante a gravidez, o obstetra identificou retardo no crescimento fetal através de ultrassom realizado entre o 6º e 7º mês de gravidez, quando passou a realizar exames semanais para confirmar o quadro.

“A mãe havia tratado uma alergia na pele, sem suspeitar que poderia ser sintoma de Zika, o que passou a ser considerado quando foi verificado que o desenvolvimento do feto estava aquém do esperado” , relata a pediatra e infectologista do grupo técnico da secretaria estadual da Saúde, Marion Burger.

Marion afirma que as equipes da 10ª Regional de Saúde e do município de Cascavel estão acompanhando o desenvolvimento do bebê em conjunto com a pediatra da criança.

“O tratamento para essa criança é baseado fundamentalmente na estimulação precoce, tanto motora quanto visual e auditiva. Ainda não é possível dimensionar quais serão as sequelas, o que demanda um acompanhamento clínico e a realização de novos exames complementares no decorrer dos próximos meses”, diz a pediatra.

Fonte: Sesa

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