27/09/2017

Como funciona a doação de medula óssea?

Transplante de medula óssea pode beneficiar o tratamento de aproximadamente 80 doenças; qualquer pessoa saudável de 18 a 55 anos pode se cadastrar

Você sabia que a doação e o transplante de medula óssea podem beneficiar o tratamento de aproximadamente 80 doenças? Hoje a principal barreira na realização do procedimento, que pode salvar milhares de vidas todos os anos, é a dificuldade na busca por doadores compatíveis. Estima-se que a chance de encontrar um doador compatível seja de 1 para cada 100 mil pessoas.

“O transplante de medula óssea ocorre de duas maneiras: via autotransplante, que consiste em transplantar células tronco do próprio paciente em seu corpo, e de maneira alogênica, quando o paciente recebe células de um doador”, explica Cristiane Lange Sabóia, oncologista do Hospital Angelina Caron.

O transplante é indicado para pacientes com leucemia, anemias graves, linfomas, imunodeficiências e doenças relacionadas aos sistemas sanguíneo e imunológico. Quando uma pessoa necessita de transplante, a primeira opção é buscar um doador compatível na família. Infelizmente, o doador compatível (geralmente irmãos), só está disponível em cerca de um quarto dos casos. Então a solução é consultar o Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Por isso é tão importante que as pessoas sejam conscientizadas para a doação.

A oncologista do Angelina Caron reforça que qualquer pessoa saudável, entre 18 e 55 anos, pode se cadastrar. “Os critérios para doação seguem na maioria das vezes os mesmos utilizados para a doação de sangue como estar em boas condições de saúde, não ser portador de doenças infecciosas crônicas, entre outros”, comenta.

Por onde começar

O primeiro passo para ser um doador alogênico de medula óssea consiste no cadastro com um ficha de identificação e dados de contato. Será realizada também a coleta simples de sangue para o teste de compatibilidade. A coleta ainda não é a doação da medula óssea, mas apenas o cadastro como possível doador. As informações ficarão disponíveis no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea.

Caso apareça um paciente com a medula compatível com a sua, você será convocado. Serão realizados novos testes sanguíneos para a confirmação da compatibilidade. Se a mesma for confirmada, você será avaliado por um médico e decidirá sobre a doação.

Atualização dos dados cadastrais

Importante: é preciso manter o REDOME atualizado com os seus dados cadastrais. É fundamental que as mudanças de telefone ou endereço sejam comunicadas para a instituição onde a coleta foi realizada.

O procedimento

O transplante de medula óssea ocorre de duas maneiras: via autotransplante, que consiste em transplantar células tronco do próprio paciente em seu corpo, e de maneira alogênica, quando o paciente recebe células de um doador.

A doação de medula óssea é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, com anestesia peridural ou geral, e requer internação por um mínimo de 24 horas. Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples. Mas, dependendo da patologia do receptor, a doação poderá ser feita do sangue periférico do doador, após o uso de uma medicação para estimular a saída das células tronco da medula óssea para o sangue periférico. Essa doação não necessita internamento, pois é feita através de uma máquina de aférese, que retira apenas as células que o paciente necessita e devolve ao doador as demais. Apenas é necessário que doador e receptor sejam compatíveis.

Falta de informação

Infelizmente, o medo e a falta de informação ainda são desafios que precisam ser superados. Muitas pessoas confundem a medula óssea com a medula espinhal, e por isso ficam com receio de doar. As duas são bem diferentes. A medula óssea fica no miolo dos ossos. Já a medula espinhal está localizada no miolo do canal vertebral e é responsável pela transmissão dos impulsos nervosos do cérebro para todo o corpo.

Sobre o hospital

O Hospital Angelina Caron está localizado na cidade de Campina Grande do Sul, na Grande Curitiba (PR). De caráter eminentemente social, o local é um centro médico-hospitalar de referência no Sul do País e um dos maiores parceiros do Sistema Único de Saúde (SUS) no Paraná. Recebe, anualmente, mais de 350 mil pacientes de todo o país, dos quais 95% pertencem ao SUS. Atua em todas as vertentes da medicina e é um centro tradicional de fomento ao ensino e à pesquisa.  O setor de transplantes é um dos mais destacados, reconhecido internacionalmente, com cerca de 250 procedimentos por ano nas áreas hepática, renal, renopancreática, cardíaca e de tecidos corneanos.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Hospital

 

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