02/12/2012
Comissão da Câmara mantém direito de médicos a paralisações coletivas
A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou no dia 21 o Projeto de Decreto Legislativo 216/11, do deputado
Mandetta (DEM-MS), que permite que o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Federação
Nacional dos Médicos (Fenam) promovam paralisações coletivas de médicos e movimentos para descredenciamento de planos. A decisão
sustou uma determinação da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça que proibia as paralisações.
Em abril de 2011, os médicos suspenderam o atendimento a clientes de planos de saúde. Em maio do mesmo ano, a SDE instaurou
processo administrativo para apurar a suspeita de conduta anticompetitiva relacionada aos movimentos por melhoria dos valores
pagos pelos planos de saúde.
O relator, deputado Mauro Nazif (PSB-RO), foi favorável ao projeto. Na visão dele, a SDE foi além de suas atribuições.
Ele ressalta que,conforme a lei que instituiu o CFM, o médico será solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional,
seja por remuneração digna e justa, seja por condições de trabalho compatíveis com o exercício ético-profissional da Medicina.
Além disso, a lei proíbe o médico de assumir condutas contrárias a movimentos legítimos da categoria médica com a finalidade
de obter vantagens.
"Devem ser consideradas legítimas as iniciativas dos conselhos profissionais destinadas a promover a remuneração digna
dos médicos pelas operadoras de planos de saúde", afirmou Nazif. "É mais que sabido que os valores atualmente repassados não
condizem com a complexidade e a importância das atividades médicas, não sendo sequer corrigidos para reposição das perdas
inflacionárias", completou.
Tramitação - Já aprovada pela Comissão de Seguridade Social e Família, a proposta ainda será analisada pela Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, será votada no Plenário.
Fonte: Agência Câmara